segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Panico no arroio





Por Fabio Dal Molin

Eu vi um sonho assim

Eu visitei a casa de vizinhos da infância. Mergulhei na piscina onde aprendi a nadar, e entrei na imensa casa onde havia um piano e um imenso pátio com árvores frondosas, um lago com tartarugas e um rato esmagado por um tijolo.
Repentinamente fui transportado até o Arroio Dilúvio, ou Riacho Ipiranga que é um pequeno rio que nasce em um morro de Viamão e atravessa uma das maiores avenidas de Porto Alegre, sendo escoadouro de inúmeros esgotos clocacais e pluviais e habitat de imensas ratazanas que correm afoitas entre o lixo e as garças.
Tenho que atravessar uma das pontes que cruzam o arroio e quando estou quase alcançando a margem vejo uma pedra se partindo na minha frente e sinto meu coração acelerar e a respiração ficar incontrolável. Meu corpo está paralisado e sinto o pavor percorrer meu sangue como se fosse eletricidade.
O ataque de pânico faz meus músculos contrairem e meu corpo se fechar. Fecho os olhos e não consigo mais dar nenhum passo. Dois homens surgem na ponte, um está ao meu lado e outro na margem, e ambos tentam me encorajar a completar a travessia, Eu sigo imóvel, impotente olho para o lado onde o sujeito me estende a mão. “Meu Deus” penso “por que isso está acontecendo comigo, porque sinto tanto medo?”
Eu luto uma batalha que explode em mim como se eu tentasse matar a morte de meu espírito.
Subitamente o pânico vai se esmaecendo como ondas de uma pedra que cai na água.
Eu consigo pular para a margem do arroio. Sinto as dores do sonho, as costas arqueadas e os músculos latejantes.

Então eu abri meus olhos e despertei