quinta-feira, 26 de agosto de 2021

2100

 Por Fábio Dal Molin

Eu  vi um sonho assim

Estou na academia, mas é um espaço diferente do verdadeiro, tem dois andares e um mezanino, tudo de cor bege, e tem tatames. Meu mestre me ensina um Kati que já aprendi, mas que havia esquecido. O kati é longo, cheio de movimentos difíceis e ocupa todo o espaço do mezanino. O mestre sai da sala e eu tento fazer os movimentos mas percebo que não consigo, não os memorizei, não tive tempo de treiná-lo e assimilar. Fico muito angustiado com isso e também envergonhado, pois isso nunca me aconteceu, sempre aprendi tudo muito devagar e assimilei com muita prática. Eu não posso simplesmente esquecer um kati, isso não sou eu, não é meu Kung Fu

Então meu mestre me entrega um Kwan Dao, uma arma grande e pesada, uma espécie de facão com um cabo longo de lança, Este Kwan Dao é mais leve do que o que estou acostumado a treinar. Ele tem uma etiqueta nele que diz seu preço: 2100 reais. Acho muito caro para uma arma de baixa qualidade

Então eu abri meus olhos e despertei

Sonho em Três Níveis com Pós-Sonho

 Eu tive um sonho assim...

Estava num lugar amplo e muito claro. Uma amiga que encontro vez ou outra está deitada em um tipo de espreguiçadeira. Pergunto a ela: “Soube que você está dando consultas de astrologia?” – mas eu sabia que ela nunca tinha estudado nada de astrologia, então meu tom era de surpresa desconfiada. Ela me responde:”- Ah, sim... São consultas superficiais.” Penso que não poderia ter esperado outra resposta e dou de ombros, me dirigindo para fora do lugar.

Percebo que estamos bem alto e há quedas d´agua de pedras meio rosadas, descendo por todos os lados. Penso que quero descer. É um barranco íngreme e vou descendo cuidadosamente, usando as mãos e os pés. Avançando um pouco, lá embaixo se desvela um vale imenso e vejo ao longe um lago azul. Viro para trás para as pessoas que estavam me observando lá de cima, meio que torcendo por mim. Faço um sinal de joinha, de que havia visto algo muito legal lá embaixo que eles pareciam desconhecer. Escuto todos festejando, mas ninguém esboça reação de vir também.

Fico parada ali ainda sentada no barranco e vejo uma grande coluna que deve ter seu começo no chão. Fico pensando como vou fazer para descer. Têm umas reentrâncias nela e penso que posso ir encaixando os calcanhares, mas logo percebo que não era plausível. Penso em descer como de rappel, com a barriga encostada e encaixando os pés nas reentrâncias. Mas a coluna é bem larga... estou nesse impasse técnico de decidir como descer quando passa pela minha frente, todo despreocupado, um homem de bermuda e camisa brancas com uma chave na mão, com a qual brinca jogando para cima e para baixo.

Acompanho com os olhos para ver aonde ele vai, e vejo que existe um caminho batido para descer. Quase pavimentado. Um caminho pelo qual passam famílias e todo mundo. Um caminho tão fácil que as elucubrações de como eu desceria pela coluna se tornam completamente absurdas.

Sigo pelo caminho e lá embaixo o lugar se assemelha a um complexo turístico, hotéis, lojas, tudo como se fosse dentro da montanha, mas tem sempre um raso lençol d´agua correndo no chão. Encontro uma moça lá. Uma mulher pequena de cabelos escuros com um corte antiquado. Noto que ela usa um cinto mas eu não consigo ver a fivela. Ela sobe de volta comigo até o nível onde eu havia encontrado o turista. Ali nos separamos. Sinto que ela estava morando ali embaixo, mas ela não era dali. É boa a sensação de tê-la acompanhando para cima.

Acabou o sonho MAS...

(contei pro meu analista que se fixou na coluna e ficou me perguntando... Hum... coluna, sei... que tipo? Fale me mais sobre isso... – Nós e os aspargos haha)

Depois da sessão estava caminhando – estou na vida cotidiana, não dormindo entendam bem – quando surge na minha tela mental, do exato lugar de onde veio o estrangeiro do sonho  – chamo-o assim porque usava aquelas roupas de turistas gringos meio cáqui, embora as dele fossem brancas – do lado de onde ele tinha vindo, abre-se uma grande angular (como uma câmera poderosa) que me mostra de frente a coluna, que na verdade é a coluna que sustenta um dos lados de um templo grego imenso, de uma cor meio rosada. É uma vista cinematográfica e se torna cada vez mais ampla, trazendo a percepção de que o lugar onde eu havia estado pensando como descer era o teto de um enorme templo grego. Uma visão surreal para quem estava caminhando numa avenida movimentada. – Fim da visão.

Fiquei meio atônita porque o sonho havia se expandido em vigília, horas depois, e em nenhum momento anterior, no sonho enquanto dormia, eu havia feito qualquer conexão com o templo grego.

Então eu abri os olhos e acordei.

No canto do olho

 por Patricia Louzada


Eu vi um sonho assim

A mesa posta, a melhor louça, jarra de suco, o aroma da comida perfumando o ar.
Toalha brocada, guardanapos de pano, no centro da mesa flores viçosas e delicadas, copos e talheres finos.
Todos à mesa.
Ali, parados, comportados (ou contidos, não sei), em silêncio e esperando.
Esperando.
Há um lugar vazio.

Sei que esperam por mim, mas não me lembro de ter que ir ali pra almoçar. Não me lembro deles.
Estou confusa, e me perco observando o ambiente ao invés de me desculpar e sentar logo no meu lugar.
Afinal, ninguém olha pra mesa onde está todo o banquete, cada prato mais lindo que o outro, de dar água na boca.
Seguem ali em silêncio, me olhando fixamente de canto de olho, aguardando um movimento meu.

Penso, ao me render à situação, enquanto puxo a cadeira: são tão educados assim? não falam nada pra só não me desconcertar? ou estão apavorados tentando não revelar o quanto estão famintos?
Porque eu vi que no canto de cada olho tinha um olhar de súplica que só pode indicar que

Então eu abri meus olhos e despertei.

Três em um ou um em três? Ar, mar e terra…

 

Por Jerusa Ataide Nalini


Eu vi um sonho assim…


Parte1: Eu estava voando, ou melhor, tentando voar mas toda descoordenada e com muito frio na barriga. Havia uma pessoa comigo que voava perfeitamente.


Parte 2: Estava com grupo de pessoas e de repente olhei para a geleira e estava vulcânica. Os cristais de gelo guardavam em si a lava e lhe dava a coloração rosa. Eu olhava e não entedia o que estava acontecendo. Logo abaixo, estava o mar com algumas pessoas nadando e gritava para as pessoas sairem de lá porque os cristais estavam caindo e poderiam se machucar. Alguém jogou em mim um punhado daquele cristal brincando e me irritei.


Parte 3: Estava em um carro fugindo de alguém ou de alguma situação. Não sabia o motivo. Mas fui cercada e parecia na haver saída.


Então abri os meus olhos e me despertei


Achei que era gaivota, mas era flamingo

 Por Jerusa Ataide Nalini



Eu vi um sonho assim…


Eu fui até a casa vizinha, onde eu morava de aluguel antes de construir a minha, porque algo havia acontecido. Alguém havia morrido. Parecia ser o marido de C., os inquilinos atuais. Ela se encontrava bem emocionalmente, a morte não lhe havia abalado, mas dizia inconformada que não pagaria mil reais pelo caixão. Achava um absurdo de caro. 

Estávamos no mezanino e na frente havia uma parede com boa parte em vidro. Eu havia me deitado e ao olhar para a parede de vidro eu vi vários flamingos voando. Batiam as suas asas enormes, mas não saiam do lugar. Estavam ali, olhando para mim. Batiam as suas asas, parados no mesmo lugar, olhando para mim do outro lado do vidro. Eu olhava e admirava as suas plumagens rosas e o pescoço alongado. Pareciam que dançavam, mas parados, batendo as suas enormes asas, olhando para mim. De repente, um outro pássaro branco de tamanho menor, entrou na frente dos flamingos e olhou para mim. Ele era pequeno mas suas asas eram longas e delas saiam faiscas, vários pontos energéticos. Fiquei em êxtase olhando aquela cena, parecia estar em outra dimensão, eu estava em paz.


Então abri meus olhos e despertei 


Obs: quando fui escrever o sonho, escrevi gaivota, mas a imagem era de flamingo. A imagem descrita me marcou profundamente. Foi uma marco, apesar de não saber, até o momento, em qual sentido. Há plenitude quando me lembro da cena.


quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Anunciação

 Por Gloria Gean

Eu vi um sonho assim

Estava na laje de  casa, vejo uma águia voando no céu. Ela vem na minha direção. Aguardava uma carta que ela iria trazer no bico.
Quando a ave chegou perto de mim, era um urso.

Então abri os olhos e despertei.

Encontro fugaz

 Por Gloria Gean

Eu vi um sonho assim

Deparo-me com um gato preto em cima do sofá da sala. Fico preocupada e começo a procurar pelo Bily(papagaio). Vejo que ele está dentro da gaiola no corredor. O gato dá um pulo em direção a gaiola. Olho novamente e o Bily não está mais lá. Fico apreensiva. Bily está em outro lugar.

Então abrir os olhos e despertei.

Uma experiência sensorial

 Por Gloria Gean

Eu vi um sonho assim

O ano era 1929, andava pela rua num dia ensolarado e colorido, mulheres com vestidos longos, chapéus, sombrinhas, homens com ternos impecáveis, carros antigos, charretes.
 Avisto uma placa de propaganda de um creme dental. Falei para um senhor que eu era do ano de 2011, era como se eu fosse teletransportada para outra época.
De repente vejo uma mulher correndo na rua com seios à mostra.

Então abrir meus olhos e despertei.

My dream with the teacher

                     Por Eliziane Nogueira Soares


Eu vi um sonho assim...

Estava na sala de aula sentada em minha mesa, meu professor estava de pé atrás da mesa dele, leio o texto impresso que ele tinha colocado em minha mesa onde estava escrito bolo de nega maluca, eu fiquei enraivecida, perguntei a meus/minhas colegas pelo professor, falaram que ele tinha ido para volta da fogueira na rua se aquecer.

Olho para a mesa do professor e percebo que ele esta juntando suas coisas, tem alguns objetos pequenos, ele apresenta dificuldades para organizar o material para carregar.

Ofereço ajuda, lembro que preciso colocar a máscara para sair da sala, começo a procurar a máscara na minha mochila, ele vem até minha mesa para ajudar, então eu me coloco do lado dele em sentido horizontal, com meu braço por detrás do pescoço dele. Ele fica de frente para mim e nos beijamos, minha colega esta átras de nós olhando, sinto o pênis dele tocar minha cintura.

Ajudo ele a organizar o material para carregar, ele esta com uma lesão no joelho e se apoia em mim para caminhar, ao sair do pavilhão eu o ajudo  a descer uma rampa ingreme, tinha muitas pessoas no pátio, então sigo caminhando em uma estrada sem asfalto, olho para tras ele sorri enquanto abre a porta do carro.

Então abri meus olhos e despertei.

O gato, a cobra e a aula de Yoga

                               Por Fábio Dal Molin


Eu vi um sonho assim

Eu viajei de bicicleta para uma cidade do interior  que ficava em meio a montanhas em uma estrada difícil e pedregosa, e acabei me perdendo.

De repente eu fui parar em um ginásio imenso cheio de mulheres, onde tem início uma aula de Yoga e descubro que eu sou o professor.

Eu começo os exercícios fazendo uma ponte, curvando as costas e apoiando a ponta da cabeça no chão. Percebo que eu e as minhas alunas estamos todos nus, e enquanto faço meu exercício olho para cima e vejo um cobra enorme se esgueirando e descendo pela parede a cobra dá um salto e vem parar no chão. Eu puxo duas de minhas alunas pelos pés para afastá-las daquele animal medonho, que atravessa o ginásio e provoca pânico, fazendo com que todas as mulheres se levantem com seus tapetes. 

A cobra sobe pelo canto oposto do ginásio. Eu olho para o lado por onde ela apareceu e vejo um gato malhado. Ele dá um salto em arco, cruza toda a extensão do ginásio e dá um bote certeiro na cobra, e ambos se engalfinham. Eu fico apreensivo, com medo de que o gato seja envenenado, mas a cobra não tem dentes e é facilmente subjugada e engolida. O gato desaparece por uma fenda na parede.

Eu fico imaginando o que aconteceria se essa cobra me atacasse, quando me vejo na beira de um riacho segurando ela. Vejo que ela  não tem dentes.

Então eu abri meus olhos e despertei



quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Sonho 1

Por Circe

Eu vi um sonho assim

 Eu estava prestes a começar terapia com um psicanalista cuja palestra havia me impressionado muito, estava empolgada por ele ter me aceito como analisanda e de certa forma temerosa com algo indefinível. Então sonhei que estava transando com o analista, estava nas preliminares. Ele tira a roupa e vejo que tem um "falo" enorme, sim, no sonho, eu penso em falo, não em pênis, pinto, pau. Eu penso uauuu esse falo enorme é meu! E logo fico temerosa, vou aguentar tudo isso em mim? Eu sento no colo do analista seguro seu enorme falo. 

Então eu abri meus olhos e despertei

Quem quer doce de salsicha?

Por Fernanda França 


Eu vi um sonho assim:

A gente morava num trailer que parecia um ônibus laranja e que parecia um ônibus escolar. Mas quando a gente entrava, ele era mágico: enorme, quase um palácio lá dentro. Uma casa enorme e confortável.

Estávamos aguardando um casal que ia ver o trailer para comprá-lo. Quando chegaram, eu me apresentei, era uma senhora e um senhor e alguns filhos que ficaram do lado de fora do trailer. A senhora não quis dizer seu nome. Deu um sorrisinho, mas não disse seu nome. Parou um pouco e então disse:

— É, meu nome é diferente. Ducere, mas tem um H.

(Um H onde? Dhucere? Duhcere? Ducereh?)

Com muito e verdadeiro entusiasmo, eu disse:

— Nossa, que nome lindo! Seu nome é mesmo muito bonito e eu adoro nomes diferentes. — Continuamos a conversar e apresentei a ela o meu filho. — Veja, esse é meu filho, Angelo (que é o verdadeiro nome do meu filho).

Tentei abrir a porta de um quarto (sala?) pra mostrar minha filha, mas ela estava dormindo e meu marido também. Parecia que eles estavam assistindo à televisão e adormeceram, essa era a cena.



— Eles estão dormindo, depois a gente vê aqui.

Então comecei a mostrar os outros cômodos, mas parei e disse a ela que iria primeiro mostrar o condomínio (?). Quando começamos a caminhar, eu disse a ela que há pouco tempo eu tinha estado em outra parte do condomínio (era muito grande, não poderíamos ver tudo). E eis que meu sonho me traz um flashback desse dia.

Nesse dia em que eu visitava outra parte do condomínio, passamos por uma casa que tinha uma garagem totalmente fechada por uma porta de madeira e fiquei pensando “Como o carro entra aqui se eles fecharam tudo?”. Fim do flashback. Voltamos para o passeio.

Havia mercado, lojas, tudo no condomínio. Mas de repente ele virou um estacionamento do mercado. E eu pensei: “Puxa, vou vender agora, mas eu não sabia que aqui era tão legal. Só percebi agora que eu vou embora!”.

No sonho, além dos meus dois filhos (reais) eu tinha mais dois filhos, que não aprecem, mas eu sabia que eles existiam. As crianças (minhas e do casal de senhores) estavam brincando enquanto caminhávamos. Então apareceu alguém vendendo um doce. Doce com salsicha.

O doce tinha três salsichas, mas o senhor perguntou se a mulher faria com quatro salsichas para servir todas as crianças e ela disse que faria. As crianças ficaram animadíssimas que iam dividir o doce.

Olhei ao redor. Fiquei pensando: “Será que esse doce é bom?”.

Então abri meus olhos e despertei.


O abismo e a maré

 Eu vi um sonho assim:


Por Fernanda França

A gente estava em um apartamento de frente para o mar e eu sabia que meu filho tinha saído com algum amigo para ir para a praia sozinho. E no sonho eu pensava: “Mas ele nunca fez isso, ele só tem nove anos!”. Meu marido disse: 

— Eu falei pra ele que quando começar a chover, é para ele voltar. 

Só que eu abri a janela da cozinha e vi um raio muito forte. Preocupada, fui à sala para ver o tempo lá fora.

Mas primeiro eu abri uma porta que dava para o NADA.

Me assustei? Não. Eu apenas disse: “Ah, puxa, quase caí aqui!”.

Se eu pisasse eu teria ido para o abismo.

Voltei, fui olhar na janela da sala, o mar estava praticamente entrando dentro do apartamento, as ondas gigantescas! Eu digo, então, assustada:

— Olha como a maré subiu, subiu muito! E tá chovendo, ele não voltou ainda!

Nada de faixa de areia, o mar subindo cada vez mais, eu cada vez mais agoniada, e o mar subindo, subindo, e eu digo:

— Vou lá, vou buscar ele!

Então abri meus olhos e despertei.


Os corpos e as roupas de cama

Por Fernanda França 


Eu vi um sonho assim:

Estava em um lugar grande que primeiro me pareceu um hotel. Um quarto enorme com várias camas juntas, então me pareceu um albergue. De lá fomos (eu e quem? Havia alguém comigo) transportados para um auditório. Lá eu fui chamada pelo professor para subir ao palco e mostrar minha atividade. Esse cara eu reconheci como meu primeiro professor de palhaço, da época em que eu era palhaça e fazia cursos. Mas eu não entendi o que era a atividade.

Havia um livro, parecia uma Bíblia, com as letras bem pequenas, mas... Elas estavam todas embaralhadas! Eu tinha que decifrar o que estava escrito ali, desembaralhar e formar frases.

As cortinas se fecharam. Meu professor disse: “Eu vou te ajudar a fazer uma frase”, porque eu não tinha conseguido. Olhava para as palavras e dizia: “Acho que aqui é isso”, “Acho que aqui é aquilo”, mas nada concreto. E havia uma frase ali para mim. Essa mensagem era direcionada a mim, e tinha o meu nome lá!

Lá embaixo, nas cadeiras, as pessoas não conseguiam decifrar as frases delas também e começou um burburinho. Ninguém conseguia decifrar nada. Eu ia pegar o microfone, mas chegou a hora do intervalo.

E fomos transportados novamente para o primeiro quarto grande, mas agora ali havia várias pessoas mortas, pensei, “pessoas mortas”. Em seguida pensei: “são corpos”. Alguns corpos estavam sem cabeça, alguns sem um braço, alguns sem os dois braços. Havia pessoas colocando os corpos deitados nessas camas e a primeira coisa que eu falei para a pessoa que estava comigo foi:

— Meu Deus, ainda bem que a gente está dormindo em outra ala, imagina só as pessoas que estão dormindo aqui? Eles estão colocando as pessoas mortas em cima dos lençóis em que elas vão dormir depois!

Fiquei observando aquelas pessoas (mortas). Eu queria saber o que havia acontecido com elas, quem elas eram.

De lá fomos parar num vestiário, algumas pessoas estavam indo tomar banho e fui andando por todo o espaço. Na volta, passamos novamente pelo quarto e mais gente continuava a recolher os corpos. Mas agora estavam tirando as roupas de cama... e estavam tirando os colchões! Comentei com a pessoa que estava comigo:

— Estão tirando toda a roupa de cama. Mas, e agora, para onde vão levar essas pessoas?

Então abri meus olhos e despertei.


Os azulejos vermelhos

 


Por Fernanda França


Eu vi um sonho assim:

Aluguei um apartamento e, chegando lá, uma parede da sala era de azulejos vermelhos. Era a parede que dividia a sala com a cozinha. Mas não eram azulejos vermelhos todos iguais. Eram todos diferentes, com texturas e padrões diferentes, quase um mosaico com “restos” de azulejos vermelhos.

— O que eu faço com isso? — disse pra mim mesma, mas alto, e as pessoas ouviram.

Alguém deu uma ideia:

— A gente pode colocar uns quadros aqui e fazer uma parede diferente. Mas aproveita que você tem tinta, pinta o resto da sala e depois você vê isso aqui. E outra: o apartamento é alugado, você não vai mexer, né?

Havia uma piscina no apartamento. Mas eu não fiquei intrigada com o fato de haver uma piscina no meio do apartamento, mas com o fato de que ela estava imunda e cheia de papeis de propaganda dentro d’água.

— Vocês me ajudam a recolher? — pedi para as pessoas. Eram amigos? Familiares? Quem eram aquelas pessoas, eu me perguntei quando acordei, porque na hora eu parecia saber exatamente quem eram.

Eles me ajudaram a recolher os papeis da piscina.

Então abri meus olhos e despertei.


Doce roubado

 

Por Filipe Dornelles Ferreira

Eu vi um sonho assim


Dentre o início e o fim, estava eu no meio desse sonho, não lembro muito bem o que se havia passado ou o que estava fazendo, mas estava no meu quarto após acordar (no sonho). Sentado na cadeira ou na cama, fazendo algo ou simplesmente existindo, se segue a entrada de meu tio que prontamente abre meu pequeno armário - o qual fica embaixo da TV - no meu quarto. Ali mantenho meus livros e algumas coisas a mais, as quais não acesso tão recorrentemente, e quais deixo guardado. Sem nenhum efeito sentimental de ser mais importante os livros que estão na escrivaninha, mas simplesmente por organização. No momento, que meu tio abre ele acessa em cima dos livros no canto direito, quase que escondido - na verdade tudo dependia da posição em que se olhava, um efeito de otica, se voce não olhasse bem não notaria a presença - um dos dois doces de festa de criança, que deixei ali para comer depois quando me desse vontade. Ele muito precisamente acha o doce, o que me surpreende, pois estava meio escondido, pega o mesmo pra si e sai pra comer. Comento que o outro doce meu outro tio havia achado e pego pra ele também. Fico meio frustrado/triste pois era meu ultimo doce e parecia saboroso. Acredito que fosse um daqueles chamados "bananinhas". 

Nao lembro precisamente o resto.

Em um momento posterior, meu notebook - que na realidade está estragado - estava ligado e tocando uma música, Vera Loca. Conheço a música. Me sinto triste, um borbulho na região peitoral, uma bola de agua se movimentando, essa tristeza irrompe em choro, algo que se tornou comum em meus sonhos. Lembro que queria ir ao banheiro antes disso, tinha a vontade de ir para o vaso e depois tomar banho, tentar iniciar o dia bem. Essa tristeza, a sensação da realidade e das coisas ao meu redor estarem longe e sem sentido pra mim, mais o fato de não conseguir enxergar bem me trazem angustia. Recordo me que já passei por isso antes. 

Entao abri meus olhos e despertei. 

Vermelho

Por Michela Ruta 

Eu vi um sonho assim


Estávamos num bar eu e a Crush, mas que era também uma biblioteca, e ao mesmo tempo um campus da universidade onde estudo. Tinha vários quartos todos conectados, parecia uma grande casa. O ambiente era todo vermelho, as paredes, as luzes, o ar era vermelho.


Crush estava vestida de azul claro/verde claro não lembro muito do que estávamos falando, em seguida fomos resolver algumas coisas, eu estava dando umas informações pra ela. Estávamos muito próximas, carinhosas.
Depois encontrei uns colegas como se fossem pessoas do meu grupo de estudo, mas eram pessoas que não fazem parte deste grupo na vida real. K. estava lá e outra mina que desconheço. Crush começou a falar pra K. que ela era responsável para cuidar de algo, eu me perguntei por que, já que não era tarefa dela cuidar daquilo.

De repente estávamos num corredor e tinham livros (? Não tenho certeza se eram outros objetos) no chão, tinha um homem agachado fazendo algo com esses objetos, como se fosse um arqueólogo. Crush foi pra procurar algo para resolver o que o homem estava tentando fazer. Tinham outras pessoas lá atrás, mas indefinidas. Enfim, Crush virou num corredor e perdi ela de vista.

Depois de um pouco fui procurar por ela, mas simplesmente sumiu dessa biblioteca, e o lugar virou como um bar. Fui passando por vários quartos, várias festas, a cor era sempre tudo vermelho. Até que o lugar fechou. Assim, eu ainda estava perdida encontrei essas pessoas que trabalhavam lá, perguntei ajuda já que eu tinha esquecido algo no quarto biblioteca. A senhora negra redonda (tive a sensação que era uma pessoa quase escrava) me mostrou um mapa vermelho com todos os quartos, mas depois disse que ia me levar para o lugar de carro pq estava longe mesmo sendo o mesmo edifício.

Me levou por fora e pegamos o carro com a família dela, tinha uma menina negra no carro (filha dela?), e me levaram por fora deste edifício, assim deu pra ver que tinha o nome da universidade. Mas não parecia nada com a realidade.
Então eu abri meus olhos e despertei

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Corpos

 Por Flavia Haze

Eu vi um sonho assim

Tive uma excursão com a escola, para escrevermos uma carta e enviarmos para o correio, só que a agência dos correios eram uns corredores (que lembra muito o da minha vizinha, creio que era a casa dela cheios de gatos pretos que também eram macaquinhos. Eles me encaravam e ameaçavam me atacar, me deu muito medo, mas eu passei. Fomos embora e minhas amigas me seguiam, uma loira e outra preta, descemos uma escadas e entramos em um ônibus, a loira sentou no corredor e eu na janela, enquanto a outra amiga ficou atrás de nós. De repente a loira virou minha irmã e a preta virou minha cunhada, só que agora eu estava sentada no corredor. Minha irmã se levantou pra descer no ponto, apareceu outra amiga no onibus também, a Mariana e todas conseguiram descer, menos eu. A porta do onibus se fechou na minha vez, fiquei pra trás e o motorista me ignorou quando eu disse que precisava descer. Ele me deixou um ponto depois, mas quando eu fui descer, a rua era muito distante da plataforma, muito alto mesmo.
Eu pulei, pisei no chão e voltei para o onibus, minha irmã brigando comigo e eu dizendo: "mas você nem avisou que era nosso ponto e tu sempre avisa", então sentamos e esperamos chegar no centro da minha cidade.
As portas do onibus abriram na frente de uma ambulancia, que estava com a porta aberta e estava cheia de corpos mortos lá, braços e pernas amontoadas caindo, desci do onibus que caia em mim os restos das pessoas e eu comecei a vomitar sem parar

Então abri meus olhos e despertei

Sonho 1

 ]

Por Katia Nunes

Eu vi um sonho assim,  

... uma sensação do meu corpo orbitar em um espaço preto (não o universo), eu  vestida de preto, olho em alguma direção...um lugar que “parece” o ambiente  interno de uma casa que transforma-se numa cidade, onde circulam pessoas  não consigo definir as pessoas mas sei que são pessoas, logo a cidade fica  vazia...com a mesma sensação de orbitar, os meus olhos fixam-se (como se  estivesse vendo um filme), onde duas pessoas conversam, eu não consigo  entender o que dizem, mas quero e preciso ouvir, “elas” ( não sei definir o  gênero), mas o corpo tinha a aparência do Pinguim do filme Batman, suas roupas  tinham as cores azul e bege, elas falam, falam e falam... 

Então eu abri os olhos e despertei.


O pano amarelo açafrão

 

                  Por Milena Morvillo

Eu vi um sonho assim...

Eu era uma mulher indiana. Uma artista ou uma vendedora de rua. Estava sentada no chão, vendendo minha obra exposta na calçada sobre um longo caminho de tecido estendido no chão a minha frente: eram peças de todos os tipos e cores. Vi atravessarem pela rua um pouco mais ao longe, um casal onde a mulher ia na frente e o homem atrás, vestidos bem ao estilo indiano. Ele olhou diretamente para mim e fez um aceno discreto com a cabeça, que entendi como reconhecimento, respeito e carinho. Também entendi que ele seguia aquela mulher e que estava preso a ela. Então ela passou perto das minhas coisas à venda, pegou um grande rolo de tecido amarelo e foi desenrolando-o atrás de si, em um gesto de desprezo pela condição da mulher sentada na rua que era eu (acho que eu era de uma casta inferior, talvez). O pano ficou solto esvoaçando ao vento. Um grande tecido amarelo cor de açafrão, muito vivo. Nesse instante, meu filho – que é o meu filho mesmo de hoje em dia – saiu correndo detrás de mim para recuperar o tecido amarelo que esvoaçava no vento e o trouxe de volta. Vi minhas mãos que estavam desenhadas de henna castanho dourada.

Então eu abri os olhos e acordei.

Bonecos vivos

                      Por Jucele Devos Martins 


Eu vi um sonho assim...

Estava em uma casa de uma amiga e sua mãe. Ela iria sair para fazer alguma coisa rapidamente e já voltaria. E fiquei ali, num dos cômodos da casa que parecia uma cozinha, vi que em cima da mesa estavam alguns brinquedos e outras coisas, estava meio bagunçado aquele local e havia também um recipiente transparente com água e dentro dele estavam alguns bonecos de super heróis. Próximo a esses objetos havia também um produto estranho que parecia veneno para ratos. Na intenção de arrumar aquele espaço, comecei a organizar e não sabia onde colocar aquele produto estranho e resolvi colocar dentro do recipiente com água e os bonecos.

 Quando minha amiga chegou, percebi que os bonecos não estavam mais ali, e me assustei. Logo presumi que eles haviam ganhado vida mas não os vi caminhando. Saímos correndo com medo do quê os bonecos poderiam nos fazer. Falei para a mãe de minha amiga que estava sentada numa poltrona na sala, para sairmos de casa e darmos uma volta na rua, omitindo para ela sobre o problema dos “bonecos vivos”. Quando estávamos caminhando na rua, avistamos um caminhão estacionado que estava incendiando, mas ao mesmo tempo via o fogo de algum lugar que parecia ser de uma casa e comentei isso para minha amiga e pensando se não poderia ser na casa dela. Via nitidamente as labaredas saindo de um terreno ou algo assim (já não era mais no caminhão). Então partimos para sua casa, e chegando lá, o medo dos bonecos havia desaparecido mas olhava os rastros no chão de cor verde que sabia ser dos “bonecos vivos”. Minha amiga falou para mim então: “resolve isso agora” ou algo assim, pois aquilo era um problema que eu deveria solucionar já que havia sido eu a responsável em dar vida aos bonecos. 

Então abri meus olhos e despertei...


Deputado

           Por Fábio Dal Molin

 

Eu vi um sonho assim

 Eu fui eleito deputado federal e estava bem feliz com isso, porque ganharia um bom salário, teria assessores e poderia colocar muitos projetos em execução. Estava fazendo mil planos quando percebi que teria que morar em Brasília por um ano. Fiquei imaginando como seria isso, ter que pegar avião, procurar um lugar, fazer a mudança. Daí lembrei que não era um ano, era um mandato inteiro de quatro anos. 

Mas como eu fui eleito? Eu não tinha na minha experiência o processo de candidatura ou de eleição, ou campanha política. Nada disso aconteceu, é tudo sonho

Então eu abri meus olhos e despertei

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