domingo, 8 de novembro de 2020

O Bar desabou

 

                                                       Por Fabio Dal Molin

Eu vi um sonho assim

Eu estava em um bar com um grupo de amigos e estávamos todos sentados em uma mesa retangular e pedíamos petiscos e cerveja. Repentinamente meus amigos pediram para trocar para uma mesa redonda e eu permaneci em uma mesa retangular que foi anexada.

Uma rajada fortíssima de vento atingiu o bar e tudo veio abaixo com extrema violência. Todos estávamos soterrados por vigas de madeira e fios elétricos. Eu sentia muito medo de ser eletrocutado ou morrer sufocado. Lá fora a chuva inundava tudo e alguns frequentadores do bar escapavam ilesos

Então eu abri meus olhos e despertei

Sonho de pandemia


                                                             Por Laura Pujol

 Eu vi um sonho assim

Uma amiga me contou. Ela disse que, no sonho, o coronavírus não era um um vírus que causava sintomas gripais, mas sim que derrubava casas. Quando a pessoa pegava o vírus, a casa dela desabava. Então muitas pessoas estavam soterradas em suas casas, por causa do vírus. Uma tia dela, mesmo, estava soterrada também, por causa do vírus. Ela também contou que o medo de que a casa desabasse era imenso. Enquanto ela me contava esse sonho eu não sabia se estava sonhando ou acordada – os dois ao mesmo tempo, talvez. Abri meu celular e vi que o Amapá continuava sem luz, há três dias, e que as pessoas, para descobrir o que estava acontecendo, foram até o centro ter com outras pessoas. Sorvi minha xícara de café até o fim. Ele estava amargo e quente. Então eu abri meus olhos e despertei.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Ritual de corpo, alma e sangue

                                                         



Por Fábio Dal Molin

 

Eu vi um sonho assim

 Eu tenho que ir a um evento dar uma palestra ou uma aula, e estou correndo e suando muito. Preciso tomar banho mas não dá tempo, sou transportado até outra cidade onde há uma  multidão me esperando. É Nova Bassano, a terra de meu avô e de parte de minha família

. Eu estou muito constrangido por não conseguir tomar banho nem trocar de roupa e as pessoas que organizam o evento exigem que eu dê minha palestra assim mesmo. Eu digo a eles que quero uma toalha e um chuveiro

Tem início um estranho ritual coletivo, Eu entro em um transe mediúnico e um sacerdote cobre meu corpo com um véu branco  e enche uma vasilha com um liquido marrom estranho. Eu sinto uma espécie de torpor típico da incorporação  espiritual e o sacerdote me dá o liquido para beber. È sangue.

Eu começo a ver meu próprio corpo de fora encher a boca de sangue e cuspir na platéia em frenesi. 

Sinto meu espírito se descolar e sair de mim e meu corpo e minha consciência são conduzidos para fora do ritual onde há um chuveiro daqueles de saida de praia. Eu ganho um sabonete e uma toalha. Meu espírito continua no ritual cuspindo sangue nas pessoas.

Enquanto tomo banho eu pergunto quando terei minha alma de volta


Então eu abri meus olhos e despertei

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Sonho 1

Por Filipe Dornelles Ferreira


Eu vi um sonho assim


SONHO DIA 8/09/20 - QUINTA FEIRA - 10:59 MANHÃ. SOL mas com nuvens levemente brancas tornando para cinzas

dependendo da maneira que se olha para o céu. 



Sonhei que era algum personagem em algum tipo de experiência de Freud, não recordo muito bem se era freud em si, 

ou genro dele. 

A situação se passava em uma casa na época de 1920/30 acredito, pois os transportes aéreos já eram possível. Não faz

lógica, mas se passava entre 1900 até 1940. A situação era conversas familiares entre algumas pessoas umas mulheres da 

família que não representam figurativamente alguém na realidade, mas que no entanto, eram tias ou algum parentesco comum

de se conviver e morar junto na época. 


A situação de desenrola nessas conversas normais sobre qualquer coisa, e em algum momento o genro de freud, começa a ter 

feridas no pescoço, atrás dos joelhos, na junta contrária ao cotovelo; São feridas profundas como que desenvolvem de

dentro para fora. Em outro momento essas feridas absurdamente nojentas e explícitas começam a expurgar algum tipo de 

inseto, não há como saber bem se são, formigas pequenas, ou outros animais; O que torna apavorante é a imagem Gore 

e extremamente incitadora de terror. 


Com esse fato, freud genro e a mulher (acredito que seja a mulher do genro) pegam um avião e vão juntos conhecer um médico

especialista ou pelo menos, que está estudando algum tipo de patologia fisiológica que assemelha-se a desse genro que sofre.

Ao longo do caminho, se nota em um close de câmera no pescoço que a ferida com o bichinho dentro (espécie de uma larva) 

diminuiu ao ponto de parecer uma pequena berruga, no entanto quando é passada o dedo por cima, ele volta a ficar vermelho

e evoluir em forma de ferida. 


Em algum momento dessa viagem, converso com minha namorada, acredito que agora seja eu novamente sem ser personagem, e pergunto

algo, não lembro o que; porém lembro que passa o pensamento em minha cabeça que aquela viagem está demorando muito, 

lembro de pensar que nunca havia ficado tanto tempo em um lugar (acredito mais que 10 horas) e que estava acostumado 

em viagens pequenas. [nota posterior: olhando agora realmente é estranho o conceito demorar em sonho, geralmente viajamos 

muito rápido, não há demora] 


em seguida acontece, um fato em que uma mulher atrás do banco que estou parece estar implicando comigo e me incitando/excitando

de alguma forma. Segue-se esse ato, vai para alguma discussão e algum fato que minha namorada implica com uma mulher que 

aparentemente estava olhando para mim na fileira do meio, ela vai e começa a brigar com essa mulher e há um pequeno tumulto

com vozes altas. Lembro dar risada de nervoso e depois ficar sem jeito e desconcertado. 


Após coletar uma amostra da coisa, freud analisa através de uma lente que se assemelha a um microscópio arcaico, esse bixo

e compara com figuras de biológicas, microbianas. Há um nome específico porém não lembro, o que vem na mente é citocina,

impressão é que começa com CITO mas não tenho certeza se é citocina. Acredito que não. 



apos isso, há uma volta da camera em primeira pessoa ou terceira, e se desvenda um mini vídeo em espécie de holograma 

nos olhos, como se apresenta aqueles teasers curtinhos quando há o desbloqueio de personagem ou de uma nova pessoa no

jogo-videogame que se está evoluindo. 


Após a aparição desse médico, que não reconheço o nome, mas que pela introdução do vídeo parecia ser alguem bem 

importante na construção da psicanálise. Vale salientar que aqui o sonho toma rumo de como se fosse um seriado em que, 

de forma construtiva vai mostrando os passos de freud sobre o que vem a se moldando como psicanálise.


Em resumo chega-se a essa cidade, alguma cidade da europa que é localizada nos balcãs, cidades antigas. Essa cidade tem

rio que segue seu curso descendo e que os moradores ou alguém que lá viveu, construiu uma represa gigantesca de duas etapas

nota-se claramente como um marco de reconhecimento e enaltecimento da cidade se orgulhando do feito. O avião passa por cima 

como que para mostrar a grande construção. Ao que da para entender foi construída por uma família muito rica no passado, 

e a impressão que fica é de associação com a família Wayne. 


2 parte]


Nesse momento já me vejo na cidade. Deve ser algum pais, me vem na cabeça Georgia. Na cidade é tempo atual e sou eu 

não passo por nenhuma pele de personagem. Tudo é novo parece estar ali com resquícios do personagem anterior mas para 

conhecer e para algum evento também. Estou ali eu minha namorada e minha amiga, conseguimos esse evento que me sugere agora 

ser patrocinado pelo Greenpeace, em algum momento eu faço deboche e relembro que estou ali com alojamento 1 mundo 

por causa deles, melhor não falar mal. 


Mexo na mochila, pego alguma coisa, coloco uns tenis nike air caramelo, não sei se é original ou não; Olho meu celular e 

tento olhar o tempo e o clima, mas fica na tela mudando a cidade. Passa por Santa maria, por outras cidades, marca a 

localização escrito SWEDEN, me questiono se realmente é georgia ou suécia. 


Combinamos que vamo sair para conhecer a cidade e vamos caminhando, parece ser outono, não está frio mas conforme vai 

anoitecendo vai ficar mais frio. Havia chovido antes daquelas chuvas de inverno. Há poças no chão e nós caminhamos pelas ruas

digo que estou bonito pois estou de paletó, camisa e calça-tenis combinando, minha namorada diz que eu pareço meio estranho

e não combinando. 


Entramos em uma espécie de museu/exposição em forma arquitetônica de um templo do egípcio. 


no momento que entramos, minha amiga vai para o fundo e subitamente me vem o pensamento que todos deveriam parar ali;

Um casal que entrava e mais uma pessoa, ficam paralisados, digo que ja sabia o que se passava ali [o enredo, como um plot

de suspense] 


Que havia um assassinato no fundo e que todos que entrassem ali [nós mesmos] ficariamos presos e teriamos que sair de

alguma forma, mas a cada vez que tentasse sair, alguém morreria por desconfiança e paranoia implantada na ocasião, sendo 

no final justamente o culpado de matar alguém; Não por que é assassino, mas por que entrou ali sem saber nada e saiu 

sendo um assassino. Ou seja, sendo culpado. 


Enfim, minha namorada vai para os fundos ajudar minha amiga, mas digo que agora não adianta mais, a unica coisa era tentar

sair porque já havia começado esse "plot". Corta para uma cena dos fundos e do inicio da primeira pessoa morta lá atras. 

 

mas mostra duas pessoas mortas [minha namorada e amiga] e quem as matou. Um sujeito que parece o shaquile o'neal, está 

ferido no chão e aparentemente foi ele que atirou nas duas


Abre um pensamento entre um paradoxo. O que me lembra, é o plot e o enredo de Efeito Borboleta.

Então eu abri meus olhos e despertei 


sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Lúcifer no país das maravilhas

                                                                                     Por Fábio Dal Molin

Eu vi um sonho assim

Estou em uma encruzilhada de ruas  de areia e vegetação exuberante e ao meu lado está o Lúcifer da série. Estamos perseguindo dois assassinos que estão em um carro. Eu e ele ficamos gigantes, e penso que isso aconteceu porque tomamos da garrafa que diz "beba-me" de "Alice no país das maravilhas". Lúcifer destrói o carro e os bandidos fogem.

Estou novamente no meu tamanho normal e percorro as ruas e os matagais e praias de rio até chegar a um galpão na beira de uma  enorme lagoa, onde está acontecendo a reunião dos veteranos de um lugar que aparece para mim como "teen restaurant". Eu bato na porta mas ninguém atende.

Então eu entro no meu antigo carro, um Palio Adventure, e viajo por uma estrada de chão batido. Está um belo dia de sol e o passeio é muito agradável entre praias de rio e lagoas como se eu estivesse na zona sul de Porto Alegre

Logo me dou conta que estou indo para a Restinga, bairro onde trabalhei muitos anos, estou indo visitar a comunidade e rever amigos e uma parte importante da minha vida.

Então a estrada termina  repentinamente  onde tudo está alagado, Penso que meu carro irá afundar na água e vejo uma imensa jamanta na direção contrária. 

Paro o carro e vejo dois homens moradores do bairro caminhando em minha direção. Eles dizem que é seguro prosseguir e eu sigo em frente, A água desaparece e eu estou em outra encruzilhada agora perto a um supermercado e entre ruas de asfalto. 

Reconheci a Restinga da época em que eu fazia estágio na escola José do Patrocínio.

                                         Então eu abri meus olhos e despertei

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Noite no Bairro

Por Jéssica Cantos


Eu vi um sonho assim:


Caminho de mãos dadas com meu namorado por uma rua do nosso bairro a noite, ao cruzarmos uma esquina ele encontra um amigo de longa data e começam uma conversa animada, quando de repente o amigo grita aflito: cuidado! E logo se atira no chão, meu namorado faz o mesmo movimento e me empurra para que eu deite ao seu lado, me protegendo com o braço sobre meu rosto. Em seguida escuto o som alto e próximo de muitos disparos de arma de fogo. Penso que deve ser uma perseguição e assalto. Sinto muito medo mas me mantenho imóvel no chão. Assim que o som dos tiros encerra eu olho ao nosso lado e vejo algumas pessoas mortas muito próximo da gente. Concluo que havia acontecido uma execução de um grupo de pessoas específicas por isso estávamos vivos. 

Quando nos levantamos eu observo uma mulher morta e muito sangue escorrendo do seu corpo. Ao seu lado uma criança viva que parecia ter por volta de cinco anos com o sangue da mãe respingado no seu rosto. Agarrada ao braço da mãe com toda sua força a criança me olha com um semblante triste, não diz uma palavra sequer mas me sinto julgada por ela, como se a responsabilidade pela sua desgraça fosse minha. De repente estou em um hospital de campanha com muitas pessoas feridas e caminho entre as pessoas procurando meu namorado. Só consigo pensar no quanto quero ir logo para casa descansar. Encontro meu namorado e ele diz que vai ficar ajudando com os feridos por conta de ter formação como socorrista. Um misto de decepção e orgulho tomam conta de mim.

Então eu abri os meus olhos e despertei.

 

sábado, 19 de setembro de 2020

A semente do feitiço

 

                                                                                         Por Fabiana Louro

Eu vi um sonho assim... 


 Numa primeira cena, eu estava indo dormir, quando o Victor me chama e diz para que eu deixe o "pente" das cachorrinhas fácil de achar.
A cena muda e apareço com uma colega da universidade e ela estava muito afoita, falava rápido, olhos muito arregalados e dizia:
Eu encontrei um namorado.
Agora preciso fazer um feitiço, e mostrava uma planta, que ao abrir o caule, tinha uma espécie de semente fina e comprida, que ela dizia que faria com que soubesse tudo que a pessoa fazia, o tempo todo.
Eu respondia que aquilo tudo era medo, que ela não precisava de feitiço nenhum, que ela estava paranóica e precisava mesmo era de terapia.
Eu saí daquela sala onde nos falávamos e ela gritava dizendo que não podia, que precisava dele, que precisava saber de tudo. O rosto estava transtornado, mas eu apenas deixava a sala. 

Então eu abri meus olhos e despertei

Sonho 1

                                                                        Por Eliziane Soares

Eu vi um sonho assim

No meu sonho eu me casava com um amigo. Numa casa no topo de uma montanha. Numa casa.linda. eu estava de noiva e muito feliz. 

Os pais do meu noivo np sonho me chamaram pra dar.uma volta. Eles eram alienigenas que queriam.implantar um inseto (bem a la matrix) pra.controle mental e descobriram que eu na verdade era imune. 
Voltamos pro casamento meu marido na realidade estava la muito feliz e meus filhos tbm. 
Ao lado havia varias montanhas. Como aquela onde a tal casa estava. Em um certo momento olhei pela janela e a montanha ao lado desabou. Corri abraçar meus filhos e meio que "despertei" porem foi como se a cena.voltasse a.montanha inteira novamente porem eu sabia que em.alguns momentos ela.ia desabar. Agarrei meus filhos e a.montanha desabou.
 

 Então eu abri meus olhos e despertei

O mundo formatado em branco

                                                                                                Por Fábio Dal Molin

Eu vi um sonho assim

Eu estava na casa de minha mãe, na rua Fabrício Pilar e tudo estava como sempre foi, a rua de parlelepípedos, as casas floridas da vizinhança e o sobrado branco e verde de dois andares onde vivi 28 anos de minha vida.

Era um domingo ensolarado e havia movimento, familia, churrasco, televisão;

Eu saí da casa tudo havia se transformado em imensas paredes brancas quadriculadas, branco sobre branco, a rua, as calçadas, tudo parecia ter sido formatado e transformado em alvenaria branca; Não havia mais jardins nem flores nem pássaros nem vento

No meio de tudo haviam guardas armados, vestidos de preto.

Então eu abri meus olhos e despertei


sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Persiana

                                                                                                      Por Ju Blasina

Eu vi um sonho assim

sonhei que estava presa à condição de cortina. de juliana à persiana de escritório, daquelas verticais, feitas de bandas acrílicas e correntes finas (azul. igual a que cobria a janela imensa do meu quarto no apartamento em que vivíamos quando Dimi nasceu). o sonho envolvia um botão secreto levianamente acionado por minha eu-humana num elevador de serviço. depois um tempo incontável passado na condição estática de cortina. duas horas, trinta anos. então me desmontam empoeirada e me levam para a manutenção. e lá estou eu-cortina deitada no ombro de um homem de uniforme branco, no mesmo elevador de antes. alcanço o painel de controle com minha visão leitosa (eu diria embaçada, mas veio a palavra leitosa no pensamento-sonho pra descrever a visão que eu tinha). o esforço e a agonia de tentar mover a matéria inorgânica do meu corpo coisificado, uma banda de tecido se erguendo um milímetro, eu sei, mas não sinto, feito um braço quando se dorme muito tempo por cima e se move, um pedaço de tecido mole, morto, erguido num movimento lerdo, sem precisão. minha consciência inteira concentrada na missão de erguer um pedaço de corpo-tecido, tocar com ele o botão certo, um que me devolva à condição humana. uma banda de cortina tomando distância do homem que me carrega, puxando consigo outras bandas a que se atrela. a cena se passa no espelho do elevador, o homem de costas não percebe nada. estou quase lá, quase lá, quando ouço o apito 'plim' e a porta se abre no térreo.

Então eu abri meus olhos e despertei

O telefone da psicina

                                                                                                            Por Fabiana Louro


Eu vi um sonho assim 


Eu estava muito cansada e ia para uma casa, com uma piscina linda, dentro da Piscina havia um homem, eu tenho impressão que o conhecia. Nadava até o meio da piscina, na parte mais funda dela, havia um telefone em uma das paredes e eu o pegava e ligava pra minha mãe, pra dizer que precisava ir lá, só que acabo falando com um filho que não era meu, enquanto eu tentava falar, a água ia se mexendo e invadindo o telefone e entrando pela minha boca, obrigando-me a desligar. Fico um pouco ali e logo saio da água.

A cena muda e estou deitava num sofá na casa de uma paciente e o marido dela passava e eu pensava, que que eu tô fazendo? Senta direito!!!!
Eu tentava sentar, mas tava muito cansada, meu corpo quase não ficava em pé, meus olhos pareciam como grandes bolsões cheios de areia, não conseguia mantê-los abertos.
Fazia um grande esforço, pois eu tinha que estar lá.
Ela (minha paciente) descia uma grande escadaria, e conforme ela descia, eu perguntava como estava o queixo dela, ela estava com uma espinha enorme há dias.
Ela me dizia que tentou tirar, mas doía demais e não conseguiu, tinha melhorado, mas agora estava gigante e doía muito. No seu queixo, via-se um grande curativo que saltava aos olhos.
Ela move o curativo pra eu ver e eu falo pra ela ir no dentista (?????)
Tento pensar em alguma outra coisa, mas estou cansada demais, mas acabo falando para que ela vá no postinho de saúde. Imediatamente ela lembra de um postinho em São Caetano, que poderia lancetar e tirar aquilo ali.
Eu olho aquilo e quero muito tentar tirar, eu quero muito apertar aquilo, meu cansaço some.

Então eu abri meus olhos e despertei

Sonho 1

                                                                                                                             Por Ariane Santellano



Eu vi um sonho assim:

Eu estava dentro da livraria cultura com alguns colegas do mestrado. Provavelmente era o lançamento de algum livro. De repente, eu saio da livraria e fico do lado de fora conversando com uma colega. Percebemos uma agitação dentro da livraria. Eu paro na porta, ainda do lado de fora, e olho para dentro. Não é mais a livraria cultura. Agora é uma farmácia Panvel. Bolsonaro está lá dentro. Eu comento com quem está por perto de mim, olhando a cena de longe: "Pior que não importa se tirassem ele. Outra pessoa ia fazer o mesmo".

Então eu abri meus olhos e despertei.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

O cinema desenterrado

 Por Fábio Dal Molin


Eu vi um sonho assim

Eu estou na fila para o Fantaspoa no campus central da UFRGS e há milhares de pessoas usando roupas coloridas aguardando a exibição de um filme.

De repente me teleporto para São Paulo na fronteira da cidade, que terminava em uma colina com várias casas antigas e muros entre elas, Há alguns homens desconhecidos comigos e eles começam a demolir as casas e os muros, o que revela uma vegetação densa e exuberante, e todos ficamos contemplando e pensando "não parece São Paulo" e "veja como a natureza é forte e consegue brotar do cimento e do asfalto"

Eu desço pela colina e vejo uma espécie de degrau e aparecem escritos talhados na terra: "aqui estão as cadeiras numeradas"

Começo a escavar  e aparecem fileiras de cadeiras vermelhas, Havia uma sala de cinema enterrada na colina e um filme começa a ser exibido.

Então eu abri meus olhos e despertei

Sonho do Moro


                                                                         Por Camila Noguez

 Eu vi um sonho assim


Que todo o final de mês o juiz Sérgio Moro ia pessoalmente até o Espontâneo - bar adotado pelo nosso grupo de amigos em Porto Alegre - enquanto Marcos fazia o balanço. Marcos estava sendo chantageado pelo Moro, mas resistindo bravamente. A tortura consistia nisso mesmo, aguardar a chegada dele todo final de mês, num carro preto, e aturar o papo do juiz no balcão enquanto Marcos lhe preparava um drink. Marcos sofria muito, depois eu me transformava no Marcos, me atirava no chão e pedia misericórdia para que ele nos deixasse em paz.

Então eu abri meus olhos e despertei.

Pequena meditação pataparametafísica

 

 Por  Michel Peterson


Eu vi um sonho assim


Sonhei sonhei e resonhei e resonhei… quando acordei, não lembrava nada a não ser a presença de minha companheira de vida, hoje morta, hípermortaviva la revolución! Logo, desacordei para mergulhar de novo no desonho desconhecido. E descobri, descobri o que?

Descobri, como se eu fosse um Descartes descartável que não sei se sonhei que estava sentado na minha cadeira com um ropão vermelho em frente à minha lareira e que, ao despertar, estava sentado em frente à minha lareira diante de um Outro. Sonhei ou sonhei que sonhei? Que sonho? Que « admirável revelação » tive eu ao acordar assim de um sonho que não me dava nenhuma certeza da realidade? Eu sonhei que acordei de um sonho, como o cavaleiro da guerra e da Razão. Qual foi o meu Método para não morrer de sonho? Sonhei, mais uma vez, com a Verdade da ausência : não sou, pois não existe senão no meu sonho. Não penso que penso à beira da evidência do desaparecimento do mundo. E assim, não importa se eu acredito ou não em Deus ou no capitalismo. Ambos são apenas mentiras do sonho.


Então eu abri meus olhos e despertei.



sábado, 1 de agosto de 2020

1997

Por Fábio Dal Molin
 
Eu vi um sonho assim

Viajei no tempo até o ano de 1997, e foi um dos sonhos mais nítidos e estruturados que já tive. Nesse ano eu estava no meio do curso de Psicologia e morava na casa de minha mãe, e tudo parecia ser o que era naquela época: a casa, o jardim, a rua. Eu vi meu quarto e minha gaveta da bagunça, a sala, a televisão e as janelas. Fui até o supermercado e tudo estava naquele exato ano.
Cheguei a acordar para ir no banheiro, e quando adormeci voltei a esse mesmo sonho, como se tivesse  retornado a 2020 e feito uma nova incursão. Lembro da música, do Inter e de que precisava esconder meu celular porque ele era muito diferente dos daquele ano. Também percebi que estava com meu carro atual , uma Ecosport modelo 2017 e que precisava escondê-lo, afinal, naquele ano ele parecia uma nave espacial.
Senti saudades daquele ano, gostaria de ficar lá, eu gostava da Universidade, do Inter ter ganho de 5x2 do Gremio e de meu pai estar vivo
Então eu abri meus olhos e despertei

Esse hotel é um labirinto


 Por Simone de Paula

Eu vi um sonho assim...

Olhava de longe um amigo com quem trabalhei. Ele estava sentado em uma mesa, com sua equipe, voltando ao trabalho. Esse lugar era uma espécie de hotel e eles estavam na parte externa. Lembro de ter verde, com paredes repletas de trepadeiras, e água, tipo um lago ou piscina. Eu estava hospedada nesse lugar. Depois de vê-lo fui ao meu quarto, que eu dividia com a minha irmã, e ela me diz que mudaríamos de quarto. Ela me mostra onde é, vamos até lá e vejo a diferença entre os dois ambientes. Saio e fico rodando pelo hotel. Eu mesma tinha alguma atividade importante que eu teria feito ali. Fico passeando procurando meu amigo e vejo que ele já não está no mesmo lugar, tinha ido embora. Eu resolvo voltar para o quarto. Mas volto para o primeiro quarto, o que já não era mais meu, que estava arrumado para outros hóspedes. E, quando entro percebo que eu tinha errado, começo a procurar pelo novo. Passo por salas, escadas, lugares que pareciam pequenas salas de trabalho de pessoas, espaços públicos com cara de privados, como se eu invadisse a intimidade de alguém, mas era permitido passar por ali. Eu não tinha a mínima idéia de como chegar ao meu quarto. Eu estava completamente perdida nesse momento, porque tinha atravessado tantas portas que nem o ponto inicial eu sabia mais encontrar. Era tudo bonito, tranqüilo e silencioso, ambientes aconchegantes, alguns com objetos mais infantis, outros com decoração mais sóbria. Era um misto de muitos lugares em um. Cansei de procurar e parei. 

Então eu abri meus olhos e despertei.


As duas mães

                                                                                                                                     Por Fabiana Louro

Eu vi um sonho assim

Sonhei que minha mãe se dividia em duas pessoas, uma delas era a mãe boa, agradável, dócil e sã; a outra era a mãe enlouquecida, que falava coisas incoerentes, vagava pelas ruas.
A boa estava de azul e a enlouquecida estava toda de branco. Eu saia a procura da mãe que enlouqueceu.
Procurava por algumas ruas, até que cheguei a uma rua, com bancos na travessia, como aquelas ruas que tem no litoral de São Paulo, são fechadas para carros, só podem passar pessoas, e no meio, tem bancos para sentarmos.
Ela estava por ali. Tinha outras pessoas, via uma menina, que a princípio achei conhecer, e pensei: "Ela também enlouqueceu". Ela desaparecia, entrando em uma casa.
Ao meu lado, de repente, havia uma médica e enfermeiros. E dai encontramos minha mãe e fui com eles até este lugar, que parecia uma clínica.
Já na clínica, na cadeira ainda, os enfermeiros continham a minha mãe, estendendo seu braço e lhe aplicando uma injeção.
Na cadeira da médica, um pouco diferente, parecia perturbada, também havia enfermeiros contendo-a e lhe aplicando uma injeção, por meio do cantinho do seu olho.
E ela dizia: Eu esperava fazer esse trabalho sem enlouquecer, mas não foi possível.
Assim o medicamento entrava e ela parecia se restabelecer.

Então eu abri meus olhos e despe
rtei

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Eros

                                                                                   Por Simone de Paula


 Eu um sonho assim...

Esta noite sonhei com meu amor. Eu dormia e quando acordei dei de cara com o rosto dele, em cima de mim. Bonito, com cabelo mais curto e sem barba, com um sorriso suave e discreto nos lábios e o olhar doce e amoroso que há muito eu não via. Foi só isso, ele ali, comigo, bem. Tinha voltado das trevas em que ainda se encontra hoje. Um fragmento e um todo. Bastou pela imagem única e completa.

Então eu abri os olhos e despertei


O riso e seu lugar


                                         Por Andressa Freitas
                                            
 Eu vi um sonho assim

  Era uma manhã ensolarada, naquela pequena cidade, me parecia tão familiar, mas eu nunca tinha conhecido aquele lugar. A medida que eu caminhava em uma rua larga e com muitas árvores encontro um banco na sombra e me sento ali, como quem espera não sei o que.
Por essa rua passam pessoas, que riem sem parar, não entendo o motivo, fico só a observar. As horas passam e ali não canso de ficar, as pessoas continuam passando. Meu riso não acontece, apenas levemente me estremece o corpo, como se eu tentasse lembrar. É como se ele tivesse ido embora e eu lá, a ele esperar...  Então eu abri os olhos e despertei...
e a louç(c)a é que estava lá a me esperar.

https://youtu.be/tdL6uN7w7V0



Sonho 2



                                                                                                        Por Fabiana Louro

Eu vi um sonho assim

Sonhei que conversava com duas pessoas, uma era um homem de terno cinza chumbo, a outra era uma mulher loira, vestida com um terninho preto. Falávamos sobre um processo judicial. Eles me diziam que este até que deu sorte, pois o juiz determinou o pagamento de uma vez, mas que ele poderia ter determinado o pagamento em uma parcela inicial de 1,2% sobre o valor total e o restante em parcelas a ver navios.
Eu brinquei dizendo que relativo a parcelas, poderia ter parcela para as 10h, outra para as 14h e uma para as 20h para um mesmo dia e eu dava risada desta frase que eu mesma dizia e eu mesma respondia, continuando a dar gargalhadas, daquele absurdo que parecia tal coisa, e continuava: Pois então cancele as das 10h e das 14h que eu pego tudo junto as 20h!
Só que a mulher dizia: Você tem certeza disso? Olha lá hein? Eu não respondo por mim se der errado! Eu me conheço. É melhor não arriscar. Às 20h poder ser que já não tenha mais em o das 10h e nem o das 14h. Todos nós rimos juntos.
Só que depois dessa cena, veio um lampejo e vi nitidamente que era isso que se inscreve sem cessar, o sujeito tenta, mas ele falha, insistentemente. Essas pontuações no temo da Lei Jurídica (a sentença do Juiz que determinaria os horários) dariam alguma Ordem para ele cumprir com a obrigação sem fracassar. Depois disso, ocorreu uma sucessão de imagens, com pessoas, casos clínicos, que fracassam em fazer o que se propõem.
Quanto mais fracassam, menos confiam em si, mais são ironizadas, mais gargalham e são motivo de chacotas alheias, viram piadas, até que nem elas próprias se suportam e desistem também de si, acordei pensando numa ex-colega de grupo de trabalho, que acabei envolvida numa situação muito terrível, que envolveu até mesmo minha família, numa situação inusitada e praticamente impensável, mas que se encaixava completamente nesse padrão.
Também pensei um pouco em mim, que tinha inutilmente, várias e várias vezes manter certas coisas e falhei. Acordei atordoada, só notei que os pensamentos sobre mim tinham vindo após estar acordada muito tempo depois, então o sonho e o acordado, ficaram nebulosos por um tempo.

Então eu abri os olhos e despertei

Montanhas de cadáveres


                                                                 
                         




                                                                                        Por Fábio Dal Molin

Eu vi um sonho assim

Estou em uma cidade enorme repleta de arranha-céus e imensas ruas largas cheias de lojas, luzes sons e cores. “Nova Iorque” é o nome que vem, apesar de eu nunca ter estado lá.
Há muitas pessoas na rua e elas gritam assustadas. Está escuro agora e a luz artificial é projetada naquele imenso animal que voa entre os prédios, um pterodáctilo.
Eu consigo subir no alto de um morro e posso avistar sobre o topo dos edifícios uma revoada de gaivotas, e elas assumiram uma formação semelhante a do filme “Os pássaros” e Hitchcock.
Em um estante o cenário muda e vejo um navio próximo à costa, os prédios estão à beira da praia e o rio está vermelho de sangue. Nas margens surgem pilhas e pilhas de corpos humanos, que estão por todo lado até onde a vista alcança, na água, entre os prédios, à bordo do navio.

É o fim da humanidade

Então eu abri os olhos e despertei.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Sonho 1


                                                             Por Fabiana Louro

Eu vi um sonho assim
Sonhei que tinha ido parar em Porto Alegre, sabe-se lá porque, mas a pessoa me dizia que eu tava numa cidade chamada Lusiana, perto de Porto Alegre.
Depois da viagem, a cena muda e estou observando uma sala, dentro de um hospital. Não estou no sonho, mas vejo todos ali. 
Tá cheio de gente lá. Homens e mulheres. Mas em especial, tinha um homem, com cabelos castanhos, barba, olhos castanhos, pele branca, uns 40 anos, aproximadamente, ele era tio de um rapaz que estava ali. Esse rapaz tinha arrancado os órgãos do pai. Era um rapaz de uns 16/17 anos. Também cabelos castanhos, pele bem lisa, sem barba nenhuma, e olhos castanhos. Parecia esse tio, só que mais novo. 
E ele estava ali, sem contenção, sem nada. E olhava pra esse homem que era o principal elemento do sonho. (O tio)
De repente ele pega uma tesoura que tá ali, e voa pra cima do tio. O pessoal tenta contê-lo, e ele não para. Esse tio tem uma arma, atira nele várias vezes, mas não consegue para-lo.
O rapaz fura o tio com a tesoura antes de cair no chão, morto. 
Os orgãos do pai, estavam ali, mas não estavam ali. É como se eu conseguissse ver onde estavam, mas não estavam inseridos nessa cena, nesta sala. 
As pessoas comentavam, que o garoto primeiro tinha tirado as bolsas de sangue, falavam assim. Ele arrancou primeiro aqueles órgãos que estouram e inunda o corpo de sangue. Não lembravam o nome, que seriam bolsas de sangue, por assim dizer. No sonho, eu tentava lembrar, porque parecia que de repente, eu era alguém que estava lá, cuja as pessoas falam do ocorrido, mas não conseguia me ver. 
Ele teria arrancado essas "bolsas de sangue" nas pernas e nos braços.
Os órgãos do pai, estavam limpinho, sem sangue, tudo arrumadinho num lugar que eu via onde era, mas não era naquela sala que estavamos no hospital.
Nenhuma das pessoas ali na sala, dentre homens e mulheres me lembra alguém conhecido. Porém, o tio, tinha o tipo do Chuck Norris. 
Eu acordei assim que o menino caiu no chão e o tio foi socorrido. Não consegui ver se o tio morreu.             Então eu abri meus olhos e despertei                                                

Pedra


 
                     



                    Por Ana Maria Agra

professora da UnB (Brasil), escritora e ensaísta


Eu vi um sonho assim
Na noite, eu ia por uma estrada estreita e íngreme encontrar uma pessoa. Começou a chover torrencialmente. E a noite enegrecia cada vez mais. De cima de uma pedra, meu pai gritava meu nome. Ele fazia gestos para que eu me aproximasse. Tive medo, não fui, mas, mesmo claudicando, ousei dar alguns passos em sua direção. Eu me perguntava: — Ele está vivo ou morto? A pergunta e a incerteza da resposta aumentavam meu pânico. Rompendo o medo, cheguei ao pé da pedra em que papai se equilibrava. Nada lhe disse. Em suas roupas maltrapilhas, o que se sobressaia era a barba quase branca e descuidada. Estava mais alto do que era, imponente em sua deselegância. Lentamente, desceu com dificuldade da pedra, se aproximava de mim. Tremi de medo daquele homem. Num vislumbre de memória, lembrei-me de sua violência, da mão pesada, dos gritos cotidianos, de uma presença que sempre assustava. Recuei, eu queria me proteger dele: — Será que viera pera me punir? Tive medo, tentava gritar, mas o grito não saía. Eu recuava enquanto ele vinha até mim. E vinha de braços abertos, o sorriso no rosto, pronunciando meu nome. Suas vestes sujas. A chuva intensa e a memória me plantavam no chão. Ele se aproximava cada vez mais. Vi que segurava com as duas mãos uma pedra. Mostrou-a, elevando-a ao alto. Dela tirou a sujeira, e surgiu um imenso cristal brilhante. Disse-me: — Eis aqui este cristal, estou fatigado de carregá-lo, agora essa missão será sua. Deves voltar à tua casa, reunir teus seis irmãos e dividir esse cristal com todos eles. Entregou-me o cristal e pronunciou a sentença: — Seja justa. Fiquei impressionada de ter me escolhido, pois eu não era sua filha predileta. Não nos despedimos. Eu ia em passos medrosos, caminhando sobre as águas da chuva, mas meu coração tinha crescido, estava imenso. Se me escolhera para o ritual da partilha, era porque confiava em mim. O sentimento de justiça me enobrecia. A ética de meu pai me foi transmitida. E agora eu deveria me preparar para dar aos outros.
Então eu abri meus olhos e despertei.

Engenhocas


                                                                  Por Simone de Paula

Eu vi um sonho assim...

Eu estava num carro com um amigo com quem divido consultório. Ele era o dono do carro e deixava o carro aos meus cuidados ainda com o motor ligado. Ele, do lado do condutor, desce e eu, do lado do passageiro, pulo para o banco do motorista. Nessa hora, a mulher dele está ali, ao meu lado, onde eu estava sentada antes. Trocamos breves olhares, um silêncio e um sorriso. Ela então some e eu fico com um botão na mão, espécie de moeda, que liga e desliga o carro. Mas, por algum motivo, eu não o desligo e preciso de um mecânico para fazer. Chamo um cara, um homem de meia idade, um super mecânico macho, que não aceita que o motor liga e desliga com aquele botão. Ele fica desdenhando do que eu digo e fica enrolando, procurando a ignição. E eu falo e ele ignora. Então desisto e o deixo procurando. Fico com a peça metálica na mão, acariciando com a ponta dos dedos, segurando enquanto ele fuça no painel. Espero que ele ache onde aquilo se encaixa, e assim, desista de procurar o buraco convencional de ligar um automóvel. Ele finalmente cede e aceita que aquilo deve encaixar em algum lugar. Então, eis que ele acha uma espécie de círculo com um buraco no meio em que essa peça que eu tinha, encaixa como um ímã e desliga o carro. De repente, estou eu em uma espécie de escola, numa sala, com dois sobrinhos. Um, menor, parecia japonês, uns cinco anos, tímido, praticamente não fala. E o outro com um pouco mais de idade, quase sete, que me lembra meu sobrinho mesmo, e esse está mais à vontade nesse lugar.  O pequeno, pega um brinquedo de um armário, quer brincar. Eu deixo. É a sala de atendimento do meu amigo, que está lá e concorda que ele brinque. Ele diz que aquele brinquedo foi feito por ele e todas as outras coisas ali. Perto dele tem uma espécie de superfície, algo como um bolo ou miniatura de campo de futebol, só lembro que era verde. Em cima dessa superfície existem alguns elementos, outros brinquedos ou partes de brinquedos que devem ser montados ou remontados. Tudo me remete a algo sexual e ao mesmo tempo infantil, lúdico. Meu amigo começa a me contar que tudo aquilo, a fabricação dos brinquedos daquela sala, começou quando ele era criança e teve a idéia de vestir uma calcinha de menina para ver como se podia fazer xixi pelo buraquinho. Nessa hora vi uma cena na minha imaginação, ele com uma calcinha na cabeça, deixando um olho de fora. Volto a olhar para ele, meio encantada. Eu ouvia aquele relato achando curioso e bastante inteligente, visto que ele era, quando isso aconteceu, uma criança e eu pensava como toda essa experiência tinha sido boa para o desenvolvimento dele, tanto o pessoal e sexual, como o profissional.

Então eu abri meus olhos e despertei