domingo, 30 de maio de 2021

Boneca Russa

                                                                                   Por Fábio Dal Molin

Eu vi um sonho assim

Sonhei que subi em uma montanha verdejante muito alta e pulei Acordei em um lago turvo e lamacento no meio de um deserto.

Acordei novamente. e estava em uma espécie de fazenda onde eu e meus colegas fazíamos um passeio. Olhei para meu amigo  Fernando Hartmann e disse que eu sonhei e acordei dentro de outro sonho, e rimos muito.

Acordei e estava tomando banho no meu chuveiro

Acordei

Estava caminhando pela orla do Guaíba e vi o por do sol laranja púrpura

Então eu abri meus olhos e despertei

O Circo dos vagalumes

                                                                                  Por Patrícia Lousada 

Eu vi um sonho assim


eu, sentada na arquibancada vazia de um campo de futebol com proporções gigantescas, um cheiro de novidade no ar.
Na minha frente, bem longe, quase no horizonte, um prédio.
Alltíssimo.
Delgado.
Solitário.

Me sinto uma menina pequena.
No circo. Aguardo ansiosa o início do espetáculo.

Olho ao redor e percebo que a arquibancada está agora lotada, tomada de gentes. E todas as pessoas lá sou eu.
Mais nova, mais velha, mais macho, mais fêmea, mais feia, mais bonita, mais rica, mais pobre, mais tudo, mais nada, mais representações e possibilidades de mim mesma que eu nem sequer poderia imaginar.

Sentido que todo o público que eu aguardava chegou, eu assovio.
Um sibilo fino, agudo.
Sonoro.
Imediatamente o sol começa a se por para que se inicie o espetáculo.
O prédio se acende, suas muitas janelas brilham como pequenos vagalumes lá longe. E ele dança, inclinando-se para os lados em torções improváveis ao comando do meu sibilo.
Eu e meus milhões de eus observamos com encanto a magia do momento.

Então eu abri meus olhos e desperte

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Cinco vacinas sobraram

                                                                                        Por Fabio Dal Molin


Eu vi um sonho assim

Estou em uma espécie de festival ao ar livre onde há distribuição de vacinas para a COVID

Eu consigo entrar na fila e rapidamente sou vacinado. De alguma forma eu sei que cinco amigos meus estão vindo se vacinar e consigo pegar uma dose para cada um, que vem em frascos de plástico que parecem apitos.

Meus amigos chegam e eu lhes ofereço as vacinas, eles já estão vacinados

Todas as milhares de pessoas ao meu redor já receberam suas doses,

Eu não sei o que fazer com essas cinco vacinas

Então eu abri meus olhos e despertei

A personificação do medo


                                                                                         Por Raul Rojo Almeida

Eu vi um sonho assim

Um amigo me passa o contato de duas pessoas e fala pra conversar com elas. O primeiro era um cara ruivo, alegre e simpático que chamei de Erick. Ao encontrá-lo, em algum momento eu corto a cabeça dele e me livro do corpo. A segunda era uma mulher que parecia ter saído do mundo de fantasia, uma dríade de pele branca e cabelos verdes, magrela e com roupas marrons. Conversamos e ficamos juntos em um quarto de hotel por dias conversando, e de repente percebo que também cortei sua cabeça.

Chego em casa e todos estão em luto, tristes. Meu irmão me confronta e diz que matei "nossa irmã". Várias vezes ele tenta me fazer admitir, então começo a sentir a culpa e o remorso. Até que começamos a brigar fisicamente, ninguém se machuca, mas começo a chorar. Meu pai vem ver a situação e explico gritando, ele fica do lado do meu irmão.

Então decido ir embora de casa e vou tomar banho no chuveiro da lavanderia, o ponto mais isolado da casa. Passo pela cozinha e vejo minha mãe lavando louça, olhando fixamente para parede. Peço perdão, chorando, mas ela não me ouve. Atravesso a lavanderia e entro no banheiro, do lado direito vejo a cabeça da "nossa irmã", uma mulher loira de rabo de cavalo, tomo um grande susto e volto. Começo a tomar banho de torneira, na água gelada do tanque. Me seco e boto uma roupa quente pra sair na rua.

Olho pela janela do 7º andar e vejo um monstro humanoide, com cabeça de cone e roupas bufantes, andando de costas pra direita, ele tinha uns 5 andares de altura. Quando encaro aquela criatura, totalmente branca, ela vira bruscamente e me encara nos olhos com raiva e ódio. Então joga em mim, de uma forma quase pra entregar e não atingir, um boneco de pelúcia branco que parecia um voodoo, mas com a cabeça do cogumelo verde do Mário. Paralisado, vejo isso acertando a lateral da janela, atingindo todo andar e caindo pro chão. A criatura se vira de volta e se perde na noite.

Olho ao redor da vizinhança e vejo muitas crianças nas janelas e sacadas, que encaravam onde ele estava. Então seus pais chegam pra trazê-las pra dentro, confusos.

Só as crianças, e eu, viram.

Então eu abri meus olhos e desperte

O segredo do bordel

                                                                                  Por Raul Rojo Almeida 


Eu vi um sonho assim


Estava em um bordel, e eu era uma das mulheres que trabalhava e dormia lá. Não sonhei com os clientes, mas sim com o convívio entre as pessoas, com conversas do cotidiano sobre e a vida e principalmente sobre a comida que era restrita a quem se comportasse bem. Toda dispensa fica no centro da sala e só poderia pegar ou escolher o alimento aquelas em dia com as tarefas e as obedientes. O dono do local é um homem gordo e baixinho que usa terno, ganancioso e punitivo. Converso com uma recém chegada que não estava recebendo comida, dou dicas e tento ser empática, contando que quando havia chego também não podia pegar comida mas que isso logo iria passar, sem mencionar que já havia roubado e sido pega.

No dia seguinte o dono havia sumido, assim como todas mulheres que ele havia levado. Sobrou apenas eu e mais duas, e acreditamos que ele desistiu daquele lugar para montar um novo para lucrar mais. Agora estamos sozinhas e despreparadas, mas ainda bem que a comida está lá, então damos uma festa e bebemos cerveja. Ficamos com medo de que alguém invada, que ele volte ou algo assim, então chamamos dois amigos para ajudar na segurança, que quando chegam trancam e verificam todas as várias portas da casa, e levam as camas para dormirmos no porão. Chegamos lá e nos damos conta de um cubo enorme que parece gelatina e está prendendo uma mulher de cabelos brancos em seu interior, obra do ex-dono para punir, nos assustamos e um dos homens fala "Isso é perigoso! Vamos tirar daqui" então eu digo "Não! Essa é a Scarlett, ela fica".

Então eu abri meus olhos e despertei

A fúria do aluno


                                                                                  Por Raul Rojo Almeida

 Eu vi um sonho assim

Me encontrava em uma Universidade renomada, daquelas com uniformes completos, que obrigam os meninos a usarem gravata e as meninas saia e lenço no pescoço. Estava completamente careca, com um quê de delinquência, e o Diretor, acompanhado de repórteres, estava realizando a gravação a respeito de um trabalho que uma colega e eu fizemos juntos. O campus era enorme, com jardins e caminhos pavimentados dignos de um parque magnífico.
O sonho se iniciou em uma tarde amena, estávamos em baixo de cerejeiras muito bem florescidas e que já deixavam suas flores caírem, o que dava um ótimo cenário de fundo para a reportagem. A universidade era um castelo enorme merecedor de aparecer em filmes, construído a partir da arquitetura gótica, com pedras cinza-escuras e recheada de imponentes torres, que subiam e rasgavam os céus.

Na primeira gravação fiquei de lado, enquanto filmavam o que minha amiga dizia, esperando a vez que me chamariam para saber o que tinha a contar também. Terminaram a dela e começaram a recolher as câmeras e se prepararem para irem embora. Fiquei aborrecido, olhei para o Diretor, confuso, e perguntei “Não apareço? Tenho coisas para falar, também. Fizemos o trabalho juntos!”.

“Ok, vamos regravar. Enquanto ela fala, você fica atrás dela segurando essa placa, e na sua vez ela segura a placa e você tem o direito de falar sobre o trabalho”, ele disse, como se a ideia nem tivesse passado pela cabeça dele antes de eu ter comentado.
Segue como combinado, a menina  volta a falar desde o início, termina e o Diretor para em frente as câmeras e comunica, com um sorriso no rosto “E nosso outro aluno, que também fez parte do trabalho, não aparecerá porque tirou zero, infelizmente”. Fico indignado, sem nem conseguir entender ou falar algo, revoltado e enfurecido.

Saímos dos jardins de cerejeiras, e enquanto estamos andando no pavimento até o castelo, pergunto “Como assim zero, o que houve? Por que minha nota foi anulada?”. Queria saber o motivo, mas já estava no limite. “Foi uma piada, não se preocupe” o Diretor responde, com o mesmo sorriso zombeteiro de antes.
Não aguento tanto desdém, explodo em fúria e berro “Mas que merda, como assim uma piada? Vai se foder, seu velho desgraçado, que atitude digna de um grandíssimo filho da puta!”.

A cada xingamento sua irritação aumenta e uma veia na testa pulsa, sua face fica completamente vermelha e ele me dá um tapa na cara. A cena para, congela da mesma forma que ocorre quando se toma uma bofetada na vida real. A expressão dele muda para uma vitoriosa, mas ainda irritada. A câmera do sonho gira, mostrando uma face minha, limpa, tendo como fundo as cerejeiras e suas flores que caem, e depois a outra, vermelha e com a marca de cada um dos dedos do Diretor, com o fundo da estrutura imponente que é a universidade.
“Você não acha melhor tomar cuidado com as suas costas, rapazinho?”.

O ódio toma conta de mim, fuzilo os olhos do Diretor, chegando com minha face na dele perto o suficiente para que ele sinta o calor da minha respiração, e berro “Vá pra puta que te pariu, seu velho miserável! Você é louco de fazer uma coisa dessas, quer que eu te espanque agora mesmo?!”. O diretor, ultrajado e desestabilizado com cada palavra dita, proclama autoritariamente “Cuidado com a sua boca, moleque! Vou denunciá-lo por agressão verbal à polícia e estou agora mesmo providenciando sua expulsão, que finalmente chegou”.

Ainda bufando e berrando a um palmo de distância de seu rosto, sigo “Expulso? Posso te denunciar por agressão física, seu merda! Posso mandá-los prenderem-no e acabar com o restante da sua miserável vida!” e depois continuo, calmamente “Mas não, ao invés disso, vou transformar sua vida em um dos piores infernos que o homem já teve coragem de imaginar, a ponto de desejar nunca nem ter nascido. E quando sua sanidade acabar, vou torturá-lo para que sinta dores inimagináveis, enquanto sua loucura tenta decifrar o que está acontecendo…”
Enquanto falava e pronunciava todas essas ameaças, o clima mudava. As flores de cerejeira pararam de cair, como se o tempo tivesse prendido a respiração para ouvir o que eu tinha a dizer. A noite escura e fria de repente tomou o lugar do tranquilo clima que antes estávamos e, se você olhasse profundamente em meus olhos, era possível observar de trás de minhas pupilas o fogo do verdadeiro inferno, que era a visão que o Diretor estava tendo.

Ele estava completamente congelado, e num baque, voltou à realidade. Assusta-se com o choque e sai correndo pelo restante do caminho pavimentado até os portões da universidade. Ando calmamente atrás, como se a cada passo meu fosse mais do que o suficiente para alcança-lo, mesmo que ele mantivesse o ritmo desesperado que estava. Sigo berrando e urrando xingamentos, ameaças e digo “Por que você não se mata logo, seu velho pervertido?!”.
Ele finalmente alcança o portão e empurra as portas de aço, que estão mais pesadas do que nunca, para entrar na recepção da universidade e refugiar-se do que o segue. Tenta fecha-las para que eu não entre, falhando miseravelmente. Empurro as portas, batucando com as duas mãos enquanto passo por elas, com um sorriso malicioso no rosto, produzindo um som diabólico e gutural enquanto profiro mais e mais ameças.

O cômodo é extremamente sombrio mas bem iluminado, feito de tijolos cinza-escuros do chão ao teto, tendo duas portas que estão fechadas no lado direito, uma escada enorme  que sobe ao lado esquerdo, da mesma tonalidade que o restante da sala, um bebedor puído e Peter, o zelador da universidade, sentado numa cadeira simples e com encosto, perplexo com o que está acontecendo, mas que não move um músculo.
O Diretor continua correndo, segue em direção à parede da frente, onde entra em um estreito, e sem acabamento, corredor que leva até sua sala.
Aguardo-o voltar parado, de braços cruzados, para que possa ter a oportunidade de destroçar ainda mais sua sanidade, que não aguentaria muito mais.

Ele retorna, segurando em suas mãos, um enorme e negro machado de duas lâminas. Trêmulo, pálido, de olhos vazios e sem foco, acompanhados de uma face aterradoramente acabada, anda lentamente até uma das duas portas à direita, enquanto continuo parado, observando suas ações com um sorriso desafiador.
Ele se dirige ao zelador e diz, com uma voz monotônica “Peter, pode me recordar, por favor, quem manda nessa universidade?”
O sempre gentil, e agora confuso, Peter, sem saber o que está acontecendo, pego de surpresa pela pergunta, responde, meio incerto: “Você, senhor?”

“Obrigado”, agradece o Diretor.

Ele abre a porta em que estava de frente, e na sala que se mostra não existe chão, não existe sala, é apenas um grande furo na terra, um abismo, uma sala para o nada e para o vazio, com uma grande queda esperando por aquele que ousasse dar um passo à frente.
O Diretor joga sua arma pra cima, dentro da sala, e se joga, calmamente e com os braços completamente abertos, em baixo da mortífera trajetória do machado.

Peter olha em minha direção, desesperado mas ainda paralisado. Ignoro-o e sigo rumo à esquerda, para subir a escadaria aos andares superiores e chegar em minha sala de aula. No caminho até as escadas um ratinho completamente branco passa por de baixo dos meus pés e, carinhosamente, desvio a trajetória da minha pisada, para que não o acerte.

Então eu abri os olhos e despertei

Familias

                                                                         Por Sandro Torma


Eu vi um sonho assim

Me pego em uma reunião com meus pais e os pais da minha melhor amiga, que conheço a 20 anos, desde os tempos de faculdade, sendo que ela não estava presente! Em determinado instante vejo a mãe da minha amiga beijando minha mãe na boca! Um espanto me surge, fico congelado! Olho em outra direção e vejo meu pai e o pai de minha amiga discutindo, e meu pai puxa uma arma para matar o pai dela! Neste momento eu falo: Pai não faz isso, ele é pai da minha melhor amiga! 

Meu pai desiste da ideia e vira de costas, nisso o pai da minha amiga puxa uma arma e mata meu pai!!!

Então abri meus olhos e despertei.

Um plágio dos sonhos

                                                                                                     por Fabiana Louro

Eu vi um sonho assim


Sonhava que recebia uma notificação no celular, avisando que chegou um e-mail, abri e era um comentário em um capítulo de uma história que tenho publicado no Wattpad, a pessoa comentava que eu a estava plagiando, que minha história era exatamente igual a dela.

Eu fiquei muito enfurecida, pois já tinha lido a história dessa pessoa e não poderia ser mais equivocado seu comentário, nossos enredos falavam de coisas muito diferentes, mas os personagens principais tinham o mesmo nome.

Ela mandou inúmeras imagens, dos personagens que ela usava, não eram iguais as minhas imagens, mas ela tinha certeza que eu a estava plagiando. Com esta situação, minha história ficou muito famosa, e eu recebi inúmeras visitas.

Eu via o rosto dessa menina, como se ela estivesse conversando comigo pessoalmente, mas eu apenas lia suas mensagens e respondia, não havia nem foto dela, mas a pessoa com a qual eu conversava era loira, cabelos ondulados, e ela estava muito furiosa. Eu não entendia, como eu poderia vê-la ali, mas ela estava apenas nas mensagens.

Então eu abri meus olhos e despertei