Por Fabio Dal Molin
Eu vi um sonho assim
Eu visitei a casa de
vizinhos da infância. Mergulhei na piscina onde aprendi a nadar, e
entrei na imensa casa onde havia um piano e um imenso pátio com
árvores frondosas, um lago com tartarugas e um rato esmagado por um
tijolo.
Repentinamente fui
transportado até o Arroio Dilúvio, ou Riacho Ipiranga que é um
pequeno rio que nasce em um morro de Viamão e atravessa uma das
maiores avenidas de Porto Alegre, sendo escoadouro de inúmeros
esgotos clocacais e pluviais e habitat de imensas ratazanas que
correm afoitas entre o lixo e as garças.
Tenho que atravessar uma
das pontes que cruzam o arroio e quando estou quase alcançando a
margem vejo uma pedra se partindo na minha frente e sinto meu coração
acelerar e a respiração ficar incontrolável. Meu corpo está
paralisado e sinto o pavor percorrer meu sangue como se fosse
eletricidade.
O ataque de pânico faz
meus músculos contrairem e meu corpo se fechar. Fecho os olhos e não
consigo mais dar nenhum passo. Dois homens surgem na ponte, um está
ao meu lado e outro na margem, e ambos tentam me encorajar a
completar a travessia, Eu sigo imóvel, impotente olho para o lado
onde o sujeito me estende a mão. “Meu Deus” penso “por que
isso está acontecendo comigo, porque sinto tanto medo?”
Eu luto uma batalha que
explode em mim como se eu tentasse matar a morte de meu espírito.
Subitamente o pânico vai
se esmaecendo como ondas de uma pedra que cai na água.
Eu consigo pular para a
margem do arroio. Sinto as dores do sonho, as costas arqueadas e os
músculos latejantes.
Então eu abri meus
olhos e despertei