quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Pequena meditação pataparametafísica

 

 Por  Michel Peterson


Eu vi um sonho assim


Sonhei sonhei e resonhei e resonhei… quando acordei, não lembrava nada a não ser a presença de minha companheira de vida, hoje morta, hípermortaviva la revolución! Logo, desacordei para mergulhar de novo no desonho desconhecido. E descobri, descobri o que?

Descobri, como se eu fosse um Descartes descartável que não sei se sonhei que estava sentado na minha cadeira com um ropão vermelho em frente à minha lareira e que, ao despertar, estava sentado em frente à minha lareira diante de um Outro. Sonhei ou sonhei que sonhei? Que sonho? Que « admirável revelação » tive eu ao acordar assim de um sonho que não me dava nenhuma certeza da realidade? Eu sonhei que acordei de um sonho, como o cavaleiro da guerra e da Razão. Qual foi o meu Método para não morrer de sonho? Sonhei, mais uma vez, com a Verdade da ausência : não sou, pois não existe senão no meu sonho. Não penso que penso à beira da evidência do desaparecimento do mundo. E assim, não importa se eu acredito ou não em Deus ou no capitalismo. Ambos são apenas mentiras do sonho.


Então eu abri meus olhos e despertei.



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