sexta-feira, 26 de junho de 2020

Engenhocas


                                                                  Por Simone de Paula

Eu vi um sonho assim...

Eu estava num carro com um amigo com quem divido consultório. Ele era o dono do carro e deixava o carro aos meus cuidados ainda com o motor ligado. Ele, do lado do condutor, desce e eu, do lado do passageiro, pulo para o banco do motorista. Nessa hora, a mulher dele está ali, ao meu lado, onde eu estava sentada antes. Trocamos breves olhares, um silêncio e um sorriso. Ela então some e eu fico com um botão na mão, espécie de moeda, que liga e desliga o carro. Mas, por algum motivo, eu não o desligo e preciso de um mecânico para fazer. Chamo um cara, um homem de meia idade, um super mecânico macho, que não aceita que o motor liga e desliga com aquele botão. Ele fica desdenhando do que eu digo e fica enrolando, procurando a ignição. E eu falo e ele ignora. Então desisto e o deixo procurando. Fico com a peça metálica na mão, acariciando com a ponta dos dedos, segurando enquanto ele fuça no painel. Espero que ele ache onde aquilo se encaixa, e assim, desista de procurar o buraco convencional de ligar um automóvel. Ele finalmente cede e aceita que aquilo deve encaixar em algum lugar. Então, eis que ele acha uma espécie de círculo com um buraco no meio em que essa peça que eu tinha, encaixa como um ímã e desliga o carro. De repente, estou eu em uma espécie de escola, numa sala, com dois sobrinhos. Um, menor, parecia japonês, uns cinco anos, tímido, praticamente não fala. E o outro com um pouco mais de idade, quase sete, que me lembra meu sobrinho mesmo, e esse está mais à vontade nesse lugar.  O pequeno, pega um brinquedo de um armário, quer brincar. Eu deixo. É a sala de atendimento do meu amigo, que está lá e concorda que ele brinque. Ele diz que aquele brinquedo foi feito por ele e todas as outras coisas ali. Perto dele tem uma espécie de superfície, algo como um bolo ou miniatura de campo de futebol, só lembro que era verde. Em cima dessa superfície existem alguns elementos, outros brinquedos ou partes de brinquedos que devem ser montados ou remontados. Tudo me remete a algo sexual e ao mesmo tempo infantil, lúdico. Meu amigo começa a me contar que tudo aquilo, a fabricação dos brinquedos daquela sala, começou quando ele era criança e teve a idéia de vestir uma calcinha de menina para ver como se podia fazer xixi pelo buraquinho. Nessa hora vi uma cena na minha imaginação, ele com uma calcinha na cabeça, deixando um olho de fora. Volto a olhar para ele, meio encantada. Eu ouvia aquele relato achando curioso e bastante inteligente, visto que ele era, quando isso aconteceu, uma criança e eu pensava como toda essa experiência tinha sido boa para o desenvolvimento dele, tanto o pessoal e sexual, como o profissional.

Então eu abri meus olhos e despertei

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