sexta-feira, 5 de junho de 2020

O portal da infância






Por Fábio Dal Molin

Eu vi um sonho assim
Estou na casa de minha mãe e, pelas pedras da calçada e os paralelepípedos da rua o tempo é o da Porto Alegre da minha infância.
Não sei ao certo quem está comigo ali, mas sinto a presença de minha mãe e de meus primos e primas. Poderia muito bem ser uma tarde preguiçosa de domingo depois do churrasco.Nessas tardes lembro do sol amarelo escuro do inverno e ficava torcendo para que a noite não viesse que que fosse sempre quatro da tarde, a hora mágica quando eu meu pai me convidava para irmos ao campo ver o Inter e eu ficava em transe vendo aquele estádio imenso e suas pombas voando entre as marquises.
Era nessa hora, mas meu pai não estava e eu e não sei mais quem caminhamos até o meu colégio que ficava há duas quadras dali. A Escola Estadual de Primeiro Grau Visconde de Pelotas era um pavilhão azul de madeira que ficava ao lado de uma espécie de platô, um mato em elevação que chamávamos de “morrinho” e lá brincávamos de aventura e fazíamos guerra com dardos extraídos de um capim selvagem,
O prédio da escola não existia mais e o morrinho parecia uma montanha encantada. No terreno da escola agora havia um rio caudaloso e dourado com um arco-íris sobreposto Na base da montanha havia um buraco em forma de círculo onde desembocava uma cascata vinda do céu, e ele tinha uma tampa feita de pedra que abria e fechava e de repente o arco iris estava na outra margem do rio.
A imagem era de um esplendor mágico, de um lado o halo colorido e de outro aquela espécie de caldeirão em um eterno movimento de báscula,

Então eu abri meus olhos e despertei

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