Por Carol Peixoto
Eu vi um sonho assim
Era verão e eu andava
por uma calçada de pedras. Com a cabeça baixa, via em minhas mãos
peças grandes de um quebra-cabeça que eu segurava com os dedos
muito esticados para não perder nada. Preocupava-me em não deixar
nada cair e segurava firme com as duas mãos rente ao corpo. Ergui o
rosto e vi que estava em uma feira que parecia um grande mercado
público. Misturava artesanato, comidas caseiras e até animais.
Caminhei muito, olhando as barracas sem entender porque estava ali e
o que fazer com as peças em minhas mãos. Havia muito barulho e
confusão e eu sentia o suor escorrer pelas minhas costas. De repente
o cenário se desfez. Olhei para minhas mãos e elas estavam
revestidas por luvas de lã pretas. Senti uma corrente de ar gelada
no rosto e levantei a cabeça. Vi que estava caminhando na beira do
rio Sena e à minha esquerda a torre Eiffel se erguia iluminada num
final de tarde cinza do inverno parisiense. Eu vestia uma roupa
totalmente preta e justa. Por cima, uma capa de lã batida e uma
boina. Minha pele antes aquecida e avermelhada pelo sol, agora
reluzia muito branca. Eu continuei caminhando, agora sozinha e em
absoluto silêncio, carregando minhas peças do quebra-cabeça ainda
amontoadas no colo.
Então eu abri meus olhos e despertei
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