sexta-feira, 5 de junho de 2020

Sonho 5


                                                                                             Por Carol Peixoto

Eu vi um sonho assim

Era verão e eu andava por uma calçada de pedras. Com a cabeça baixa, via em minhas mãos peças grandes de um quebra-cabeça que eu segurava com os dedos muito esticados para não perder nada. Preocupava-me em não deixar nada cair e segurava firme com as duas mãos rente ao corpo. Ergui o rosto e vi que estava em uma feira que parecia um grande mercado público. Misturava artesanato, comidas caseiras e até animais. Caminhei muito, olhando as barracas sem entender porque estava ali e o que fazer com as peças em minhas mãos. Havia muito barulho e confusão e eu sentia o suor escorrer pelas minhas costas. De repente o cenário se desfez. Olhei para minhas mãos e elas estavam revestidas por luvas de lã pretas. Senti uma corrente de ar gelada no rosto e levantei a cabeça. Vi que estava caminhando na beira do rio Sena e à minha esquerda a torre Eiffel se erguia iluminada num final de tarde cinza do inverno parisiense. Eu vestia uma roupa totalmente preta e justa. Por cima, uma capa de lã batida e uma boina. Minha pele antes aquecida e avermelhada pelo sol, agora reluzia muito branca. Eu continuei caminhando, agora sozinha e em absoluto silêncio, carregando minhas peças do quebra-cabeça ainda amontoadas no colo.

Então eu abri meus olhos e despertei




Nenhum comentário:

Postar um comentário