sexta-feira, 29 de maio de 2020

Aeroporto 2020


Por Fábio Dal Molin

Eu vi um sonho assim

Estou sentado na poltrona de um avião e ele está chegando em Porto Alegre, não sei de onde venho, apenas que odeio voar nessas máquinas anacrônicas e explosivas. As manobras de aterrissagem iniciam, estou sentado na janela próxima a turbina e noto que a aeronave não se aproxima do aeroporto, e sobrevoa o centro da cidade entre as colunas do viaduto da conceição entre a Volintários da Pátria e a Rodoviária, O viaduto parece um emaranhado de colunas e asfalto. O avião arremete e retorna ao ar, e um silêncio mortal impera no rádio, não há tripulação e nenhum tipo de comunicação com os passageiros.
O avião dá voltas e voltas e tenho lampejos de visão da cabine e posso ouvir os pilotos falando em pouso forçado. Eu penso “como vamos pousar aqui? O avião deve estar sem combustível ou o não há lugar para pousar, Estou na janela e próximo a turbina.
Não há nenhuma explicação da tripulação.
Eu fantasio que vou morrer e que essa é uma maneira ridícula e estúpida, tenho visões do acidente aéreo e da turbina explodindo ao meu lado. O sentimento de morte inunda o sonho como o ar pressurizado.
O avião está cada vez mais próximo do emaranhado do túnel da conceição;
“Que irônico um avião descer na rodoviária” é a ideia ridícula que passa na minha cabeça.
Por fim pousamos na saída do Tunel em frente a rodoviária.Antes de descer converso um pouco com dois homens sentados ao meu lado que parecem entender de aviação, eles usam uniformes militares. Eles tentam explicar o que aconteceu e a total incompetência do piloto.
Após descer do avião me dirijo ao setor de desembarque da rodoviaria, que parece um setor de embarque do aeroporto para procurar minha mãe que estava no mesmo vôo.
Ali está ela sentada me esperando.
Então eu abri meus olhos e despertei

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