segunda-feira, 21 de junho de 2021

Onde morrer

  Por Lúcia Pozzobon


Eu vi um sonho assim

A velhinha argentina bateu à minha porta dizendo que estava passando mal. Eu, pronta para um compromisso, fui ver o que se passava. Pediu que ficasse com ela até que chegasse a Ecco Salva. Contou que sentia tremores que vinham do nada. Como era diabética e tinha pressão alta fiquei preocupada.

Compromisso cancelado, ficamos conversando em seu apartamento, que parecia uma loja de antiguidades, de tantas relíquias expostas. Cada qual com uma história, um lugar de origem, uma lembrança trazida dos confins da Terra. 

Quando o socorro chegou, a velhinha argentina, uma verdadeira boneca de porcelana, mimosa como ela só, com seu sotaque encantador, sentia-se melhor, mas o médico achou prudente removê-la a um hospital para exames.

Só sei que não quis ir, disse que hospital é lugar de morrer e que se fosse para morrer queria morrer em casa como sua mãe.

Nisso, o apartamento estava lotado de familiares, mais uma amiga, a equipe médica e eu a convencê-la.

Então eu abri meus olhos e despertei


2 comentários:

  1. Erô Bornia no sonho, não tem final, mas parece que viveu. Na vida real é minha vizinha e esta bem viva.

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