sexta-feira, 21 de setembro de 2018

A besta e o caldeirão

Por Fábio Dal Molin

Eu vi um sonho assim:

Estou diante de uma imensa pirâmide com uma de suas faces recortadas como naqueles livros didáticos de antigamente que mostravam "as coisas por dentro", ela é feita de terra e  sua estrutura mostra sulcos e camadas onde  circulam muitas pessoas vestidas para um ritual. No chão há um rio de lava incandescente e no meio, suspenso no ar,  há um caldeirão.
Eu sinto meu corpo todo ser percorrido por um arrepio, há algo que não é bem uma voz, é um pensamento, um fluxo de sensação, um sussurro que diz que algo vai acontecer.
Agora sei que uma entidade poderosa virá e isso será o fim da humanidade.
O fluxo sussurra que sou eu quem deve agir para conter o mal e para tanto preciso realizar uma tarefa que ainda não sei qual é.
O tempo congela e o fluxo de sensações se converte em um arrepio de pavor. As pessoas que estão na pirâmide começam a cantar  uma canção ritual, um mantra, um  murmúrio hipnótico ensurdecedor.
A entidade está chegando, eu posso vê-la, é um homem gordo de barba longa com um machado na mão.
Algo me diz que para evitar que a entidade desça para a terra e destrua o mundo eu preciso montar um objeto dividido em três partes e agora ele está na minha frente, mas eu sou incapaz de fazê-lo.
A entidade aparece dentro do caldeirão e as vozes cantam cada vez mais alto.
É o fim de tudo, o massacre, o rio de sangue, o apocalipse.

Então eu abri meus olhos e despertei.

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