Por Davi Masi
Eu vi um sonho assim:
Aterrorizante, um dos mais desconfortáveis que já vi. Tinha uma trilha sonora
de filme de terror que preenchia o ambiente, o som de um violino de arrepiar,
durante todo o sonho. Eu era espectador, também existia no sonho - as pessoas
podiam me ver, embora não fosse ativo nas cenas.
Tudo foi confuso, minha memória tem a história fragmentada,
por algum motivo.
Na primeira cena, havia uma conversa de um grupo de pessoas
em uma sala subterrânea. O local era predominantemente branco e as pessoas
vestiam roupas claras. Havia uma menina com aparência de asiática, com blusa e
saia brancas com alguns detalhes em cores suaves. De repente, em meio a
conversa, ela toma um par de hashis nas mãos e crava eles no fígado do homem com
quem dialogava, atacando-o diversas vezes no mesmo lugar. Ele cai para trás com
os hashis cravados e sangue escorrendo. E eu permaneço olhando estarrecido, sem
conseguir dizer palavra alguma. Assim se encerra esta cena.
De repente, me vi em uma estação de metrô. Muito pequena,
rústica, com paredes ainda de pedra. Ali havia um grupo de homens jovens que
conversava na plataforma, perto de onde o trem parava. De repente, um deles
começa a discutir e começa uma briga. Então minha visão da cena começa a falhar,
de modo que posso ser uma pessoa no grupo, outras vezes vejo a cena como um
filme ou então pelos olhos do agressor.
O homem agredido cai nos trilhos inconsciente. Está ferido
na cabeça. A intenção do homem que o agrediu não era matá-lo. Próximo do homem
caído há uma alavanca que é capaz de impedir que o trem chegue e o atropele,
mas ninguém quis arriscar a vida atravessando os trilhos por medo de não
conseguir puxar a alavanca a tempo.
O trem chega, vagarosamente. Neste momento vejo a cena como
um filme. O trem passa por cima de parte de sua cabeça a esmagando, mas
estranhamente não a destrói por completo, o rosto fica intacto. Vi essa parte
em loop. Tentei sair do sonho, vi meu quarto mas minha mente não desligava do
sonho e voltei. Foi aí que vi a cena pelos olhos do agressor, que olhou nos
olhos do cadáver. Os olhos do morto se abriram e olharam fitos de volta. Minha
visão deu um zoom no rosto dele. Eu tentava sair do sonho e não conseguia,
mesmo vendo meu quarto permanecia ouvindo a trilha sonora aterrorizante. Era
como se o cadáver contasse vitória e fosse se vingar, eu via os olhos dele
olhando fixamente nos meus.
Então eu abri meus olhos e despertei.
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